O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou que janeiro de 2024 foi “o mais violento em mais de dois anos” no Haiti, com um número alarmante de mortes, feridos e sequestros.
Segundo a organização, pelo menos 806 pessoas foram vítimas de violência, incluindo mortes, ferimentos ou rapto, durante o referido mês. Além disso, cerca de 300 membros de grupos armados também foram mortos ou feridos, totalizando 1.108 vítimas.
Esses números representam um aumento significativo em relação a janeiro de 2023, sendo três vezes maior, conforme relatado pela ONU em comunicado divulgado nesta sexta-feira (9).
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O alto comissário Volker Türk expressou profunda preocupação com a situação dos direitos humanos no Haiti, destacando a violência incessante dos grupos armados, que tem impactos desastrosos na população haitiana.
Turk enfatizou a urgência do destacamento da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti para garantir a segurança da população, respeitando os padrões dos direitos humanos.
Além das consequências diretas na segurança da população, a violência exacerbada tem impactos significativos na economia do Haiti, levando à insegurança alimentar e à inflação elevada devido à extorsão e bloqueios de estradas.
Mais de 313 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas, buscando refúgio em locais superlotados e insalubres, o que compromete o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação.
A estabilidade a longo prazo no Haiti só será alcançada quando forem solucionadas as causas profundas da pobreza, discriminação social e corrupção, salientou Türk.
A violência dos grupos armados foi exacerbada por confrontos entre a polícia e manifestantes, exigindo a saída do chefe do governo, Ariel Henry, de acordo com um acordo assinado em dezembro de 2022. Desde 2016, o Haiti não realiza eleições.