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OMS descarta mega lockdowns contra variante de mpox

A entidade também recomendou a ampliação da vigilância da doença, através do acesso a diagnósticos precisos e acessíveis

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August 20, 2024
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Foto: Reprodução/Internet

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a mpox uma emergência em saúde pública de importância internacional, rumores sobre a possibilidade de novos mega lockdowns dominaram as redes sociais. No entanto, a entidade não recomendou que os Estados-membros implementem nenhum tipo de isolamento social em massa para conter a transmissão da doença, como ocorreu durante a pandemia de Covid-19.

No dia 14 de agosto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou a emergência global por mpox em um vídeo de 53 minutos no canal oficial da organização no YouTube. Durante o pronunciamento, Tedros destacou a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo e o risco de propagação para países vizinhos e além, mas em nenhum momento sugeriu lockdowns ou medidas de isolamento em massa como estratégia de contenção.

“Encorajamos todos os países a ampliar a vigilância, compartilhar dados e trabalhar para compreender melhor a transmissão; a compartilhar ferramentas como vacinas; e a aplicar as lições aprendidas em emergências de saúde pública anteriores”, escreveu Tedros em seu perfil na rede social X.

Dois dias após a declaração, com a confirmação de um caso da nova variante na Suécia, o primeiro fora do continente africano, Tedros reforçou a necessidade de uma ação conjunta global para combater o vírus, mas novamente sem mencionar mega lockdowns.

RECOMENDAÇÕES DA OMS

Na segunda-feira (19), a OMS divulgou uma lista de recomendações temporárias para países afetados pela mpox, incluindo a República Democrática do Congo, Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Entre as orientações estão a melhora na coordenação da resposta à emergência, tanto em nível local quanto nacional, e o envolvimento de organizações humanitárias em áreas de refugiados e de insegurança.

A entidade também recomendou a ampliação da vigilância da doença, através do acesso a diagnósticos precisos e acessíveis, capazes de diferenciar as variantes em circulação. Além disso, a OMS pediu que os países ofereçam apoio clínico, nutricional e psicossocial aos pacientes, incluindo, quando necessário, o isolamento em unidades de saúde e a orientação para cuidados domiciliares.

Outra recomendação importante foi que os governos estabeleçam ou reforcem acordos de colaboração para a vigilância e a gestão de casos de mpox em regiões de fronteira, com destaque para a orientação de viajantes, mas sem recorrer “de forma desnecessária” a restrições gerais de viagens e comércio.

MPOX X COVID-19

O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, reforçou que o cenário de mpox, mesmo com a nova variante, não representa “uma nova Covid”. Kluge explicou que a mpox é transmitida principalmente através do contato pele a pele com lesões, inclusive durante o sexo, e destacou que a doença pode ser controlada com as medidas adequadas.

SITUAÇÃO NO BRASIL

No Brasil, o Ministério da Saúde instalou, no último dia 15 de agosto, um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a vigilância e o monitoramento são fundamentais neste momento. O Brasil está no nível 1 da nova emergência global, que é o menos alarmante, com cenário de normalidade para mpox e sem casos da nova variante.

O Ministério da Saúde também anunciou que está em negociação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para adquirir emergencialmente 25 mil doses de vacinas contra a mpox. Além disso, está em andamento a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.

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