A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira (14) que a mpox, anteriormente conhecida como “varíola dos macacos”, voltou a ser considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Essa decisão foi tomada em resposta à rápida propagação de uma nova variante do vírus, especialmente na África Central, onde o número de casos e mortes tem aumentado significativamente.
Desde o início de 2024, a República Democrática do Congo (RDC) registrou quase 14 mil casos de mpox, com 450 mortes, conforme o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC). A nova variante, denominada Clado Ib, é mais mortal e apresenta maior facilidade de transmissão, afetando principalmente crianças.
Fora do continente africano, a transmissão do vírus ainda é considerada baixa. No Brasil, o Ministério da Saúde avalia que o risco de propagação da mpox é baixo. Atualmente, existem duas vacinas recomendadas pela OMS para combater a doença, mas nenhuma delas está sendo amplamente utilizada no país.
Segundo a virologista Clarissa Damaso, membro do comitê da OMS que avaliou o surto, a declaração de emergência visa coordenar uma resposta internacional e garantir o acesso a vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico. “Não é uma pandemia, mas um alerta para evitar que a situação se agrave”, explica Damaso, que estuda o vírus há mais de três décadas.
A OMS destacou que a situação não é sem precedentes. Além da pandemia de Covid-19, outras emergências de saúde, como a microcefalia causada pelo zika vírus em 2016, também foram tratadas como ESPII, mas não evoluíram para pandemias.
A OMS está comprometida em coordenar a resposta global, trabalhando em estreita colaboração com os países afetados para prevenir a transmissão e tratar os infectados. No entanto, especialistas afirmam que uma campanha de vacinação em massa só deve ser considerada em caso de uma grande emergência sanitária global.