Segurança

Oito policiais militares e um perito são alvos de operação por envolvimento em milícia no AM

A investigação começou após sequestro em Manaus e já identificou vítimas extorquidas em R$ 300 mil; armamentos e dinheiro foram apreendidos durante ação do MP

Escrito por Redação
29 de julho de 2025
Fotos: Hirailton Gomes

Nove mandados de prisão foram cumpridos nesta terça-feira (29/7) durante a operação “Militia”, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) para investigar o envolvimento de policiais militares e um perito da Polícia Civil em crimes de formação de milícia, roubo e extorsão mediante sequestro. Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva contra PMs e um de prisão temporária contra o perito, além de 16 mandados de busca e apreensão.

A operação foi coordenada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), com apoio do Centro Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime Organizado (Caocrimo), da Polícia Civil e da Polícia Militar do Amazonas. 

Cerca de 150 agentes foram mobilizados nas ações e ocorreram nas residências dos investigados e no Batalhão da Força Tática, localizado no Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), bairro Praça 14, na zona Sul de Manaus.

Investigações 

A investigação teve início após um sequestro ocorrido em fevereiro de 2025, no bairro Manoa, zona Norte, que ganhou repercussão ao ser registrado pela população e divulgado pela imprensa. A partir do caso, a 60ª Proceapsp identificou outras duas vítimas do mesmo grupo, que teriam sido extorquidas em cerca de R$ 300 mil.

Durante as buscas, foram apreendidos 14 pistolas, um revólver, três fuzis, um fuzil de airsoft, 653 munições, 14 celulares, três veículos e R$ 10.695 em dinheiro. Os armamentos serão periciados e inseridos no Banco Nacional de Balística para verificar possível ligação com crimes de homicídio.

De acordo com o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, titular da 60ª Proceapsp, as vítimas eram, em sua maioria, pessoas envolvidas em atividades criminosas ou seus familiares, de quem eram subtraídos pertences de valor, como joias e dinheiro. A apuração busca rastrear esses bens e identificar outros envolvidos.

O promotor destacou que as investigações continuam e o MP espera que novas vítimas se apresentem. 

“Estamos investigando a possibilidade de que mais pessoas tenham sido vítimas, e com a divulgação, agora, sabendo que os agentes estão presos, tenham coragem de vir denunciar ao MP outras ações desse grupo. Diariamente, o Ministério Público exerce essa atividade de controle externo da atividade policial e, em decorrência disso, conseguimos realizar essas ações de investigação e apreensão de grande quantidade de armamento”, comentou.

Já o comandante-geral da PMAM, coronel Klinger Paiva, reforçou o apoio da corporação à operação e afirmou que os policiais envolvidos não representam a maioria da tropa. “Esses oito policiais militares não representam seis mil homens da corporação”, declarou.

A operação também contou com apoio da Diretoria de Justiça e Disciplina da PMAM (DJD-PM), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil (Core/PC), do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).

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