Matérias
Saúde e Bem Estar

Obesidade e anemia entre mulheres atinge número alarmante, aponta FAO

Relatório destaca a necessidade urgente de financiamento para a segurança alimentar

Escrito por
Redação
July 24, 2024
Leia em
X
min
Compartilhe essa matéria
Foto: Pixabay

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou nesta quarta-feira (24) um relatório alarmante sobre o aumento da obesidade entre adultos e da anemia em mulheres de 15 a 49 anos.

O documento indica que a prevalência de obesidade entre adultos aumentou de 12,1% (591 milhões de pessoas) em 2012 para 15,8% (881 milhões) em 2022, com projeções de alcançar mais de 1,2 bilhão até 2030. Já a anemia em mulheres dessa faixa etária passou de 28,5% em 2012 para 29,9% em 2019, com previsão de atingir 32,3% até 2030.

Por outro lado, o relatório aponta uma redução no atraso de crescimento infantil, evidenciando uma mudança positiva global no combate à desnutrição infantil. Segundo a FAO, essas melhorias refletem um avanço nos direitos à alimentação adequada e no padrão de vida, garantindo dignidade, saúde e bem-estar, especialmente para as futuras gerações.

Apesar desses progressos, o relatório da FAO destaca que o mundo está longe de atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS-2), que visa erradicar a fome até 2030. A prevalência global de subnutrição permanece em níveis preocupantes por três anos consecutivos, após um aumento significativo durante a pandemia de COVID-19. Em 2023, entre 713 e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado a fome, representando uma em cada 11 pessoas no mundo, e uma em cada cinco na África.

A insegurança alimentar e a desnutrição continuam a afetar desproporcionalmente crianças, mulheres, jovens e povos indígenas. Em 2022, estima-se que 28,9% da população mundial (ou 2,33 bilhões de pessoas) estava em situação de insegurança alimentar moderada ou grave.

A FAO aponta que um dos principais problemas é a falta de uma solução comum para o financiamento da segurança alimentar e nutricional. A organização ressalta a necessidade de ações conjuntas para avançar no financiamento adequado. Uma análise de 10 países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, mostrou que os gastos públicos com segurança alimentar e nutrição estavam crescendo antes da pandemia de Covid-19.

No entanto, os países de renda média parecem destinar uma parte maior de seus orçamentos para combater a insegurança alimentar e a desnutrição em comparação com os países de baixa renda.

O relatório da FAO faz um apelo forte e urgente para a ajuda global e ações nacionais como parte da agenda de desenvolvimento sustentável. Cerca de 63% dos países com alta ou crescente fome lutam para obter financiamento adequado, sendo que 82% destes são afetados por múltiplos fatores de risco, como conflitos, mudanças climáticas e recessões econômicas.

No items found.
Matérias relacionadas
Matérias relacionadas