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OAB diz que vai atuar em defesa de menina estuprada e impedida de fazer aborto em SC: ‘Proteção integral’ 

Escrito por
Redação
June 21, 2022
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<p>A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina informou, na segunda-feira (20), que vai <strong>trabalhar para a garantir proteção da criança de 11 anos, grávida após ser estuprada no Estado.</strong> A menina está sendo mantida pela Justiça em um abrigo da Grande Florianópolis <strong>para evitar que faça um aborto autorizado</strong>.</p>

<p>Por meio de nota, a entidade escreve que vê a situação com preocupação e acompanhará todo o processo e os desdobramentos do caso para que a vítima receba apoio integral. "Incluindo o retorno ao convívio familiar e toda a assistência de saúde necessária", ressaltou. </p>

<p>Vítima de estupro no começo do ano, a menina descobriu estar com 22 semanas de gravidez ao ser encaminhada a um hospital de Florianópolis, onde teve o procedimento para interromper a gestação negado.</p>

<p>O caso foi <strong>revelado em reportagem dos sites Portal Catarinas e The Intercept na segunda-feira (20)</strong>. Ainda, Justiça e Promotoria pediram para a menina manter a gestação por mais “uma ou duas semanas”, para aumentar a sobrevida do feto.</p>

<p>A OAB/SC destacou que a legislação brasileira autoriza a interrupção da gravidez quando há violência sexual e risco de vida para a gestante.</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>"Estamos buscando junto aos órgãos e instituições com atuação no caso todas as informações necessárias para, de forma incondicional, resguardarmos e garantirmos proteção integral à vida da menina gestante, com embasamento em laudos médicos e nas garantias legais previstas para a vítima em tais situações", destacou a entidade.</p></blockquote>

<h2>Decisão da Justiça </h2>

<p>Na decisão, a juíza Joana Ribeiro afirmou que a jovem foi encaminhada ao abrigo por conta de um pedido da Vara da Infância com o objetivo de proteger a criança do agressor que a estuprou mas que, agora, o objetivo é evitar o aborto. A suspeita é a de que a violência sexual contra menina ocorreu na casa dela.</p>

<p>A juíza afirmou que a mãe da menina disse em juízo que queria o bem da filha mas ponderou que, se a jovem não tivesse sido acolhida em um abrigo, teria feito o procedimento de aborto obrigada pela mãe. </p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>"Diferente de proteger a filha, iria submetê-la a um homicídio", diz Joana na decisão.</p></blockquote>

<p>Com isso, a juíza ainda afirmou que o aborto só seria possível com menos de 22 semanas de gestação ou 500 gramas do feto. </p>

<p>O Tribunal de Justiça de Santa Catarina afirmou que o processo está em segredo de Justiça, pois envolve uma criança, e que instaurou um pedido de providências na esfera administrativa para apuração dos fatos. O órgão informou, ainda, que não vai se manifestar sobre processos em curso.</p>

<p>Em audiência no dia 9 de maio, Justiça e Promotoria de Santa Catarina propuseram manter a gestação por mais “uma ou duas semanas”, para aumentar a sobrevida do feto. </p>

<h2>Defesa </h2>

<p>Segundo a advogada da menina, Daniela Felix,<strong> já existe uma decisão da Justiça que autoriza a interrupção da gravidez. </strong>No entanto, o fato de a criança estar internada em um abrigo impede que a decisão seja executada. A defensora aguarda a decisão de um recurso contra decisões tomadas pela juíza para que a menina volte para a casa.</p>

<p>"Desconhecemos e não entendemos a fundamentação dela [juíza]. Ela segue negando o desacolhimento da criança e o retorno dela ao lar porque isso seria permitir que a família faça o processo de interrupção", afirmou a advogada. </p>

<p>Ex- coordenadora do setor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santo Antônio, em Blumenau, no Vale do Itajaí, a médica Daniela Lemos Mezzomo explica que, pelo Código Penal, em casos de estupro, risco de vida materna ou mal formação fetal incompatível com a vida, não há limite de idade gestacional. </p>

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<p>Fonte: <a href="https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2022/06/21/oab-diz-que-vai-atuar-em-defesa-de-menina-estuprada-e-impedida-de-fazer-aborto-em-sc-protecao-integral.ghtml" target="_blank" rel="noreferrer noopener">g1</a></p>

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