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O desprestígio da Copa Verde

Eu bem que queria que a TV a qual hoje estou, pudesse transmitir e mostrar o futebol amazonense nas competições nacionais.

Escrito por
Larissa Balieiro
February 15, 2025
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Foto: Thiago Gomes / O Liberal

Queria entender porque se cria uma competição se você não pretende permitir que ela seja visual e de longo alcance. A Copa Verde mais um ano tem os direitos de transmissão sem definição, e até aí eu entenderia várias questões: dificuldade de contrato, falta de interesse de emissoras e etc. Porém, censurar isso dos clubes que poderiam faturar, não parece ser algo aceitável. Aliás, não tem como ser. A Copa Verde não dá dinheiro por fase, tem um custo tático e técnico para os clubes que disputam outras competições como seus estaduais e até mesmo a Copa do Brasil. Existe um custo na folha salarial disso,na hora de você contratar e citar que entre o calendário haverá a Copa Verde. Então, não tem como você simplesmente ignorar o fato que comercializar a competição é o caminho mais natural e um bônus aos clubes. E aqui eu nem estou falando de emissora tá?! Eu bem que queria que a TV a qual hoje estou, pudesse transmitir e mostrar o futebol amazonense nas competições nacionais.

Eu quero alertar para o contexto de uma não-transmissão oficializada. Se ninguém assiste a Copa Verde, como o público vai acompanhar? Como os atletas vão se vender ou se mostrar? Como os clubes vão assistir e comprar? Como a imprensa vai divulgar? Como a competição será devidamente consolidada?

Já tivemos um ano em que o troféu da Copa Verde foi algo surreal de feio. O que eu noto é que não é um desprestígio exclusivo da atual gestão da CBF. Quem desenhou esse formato de competição, nunca pensou em fortalecer ela. Já tivemos ano em que houve desistência de clubes. Como eu disse, existe um custo. Por mais que a CBF banque viagens e hospedagens, quem precisa pensar a competição, estudar o adversário, visualizar um time ideal sem afetar o estadual ou outra competição, é o clube. Então, existe um custo mental, tático e de planejamento nisso tudo.

Só ganha dinheiro, recurso e retorno da Copa Verde quem é campeão. Mas até lá, estamos falando de sete a oito jogos e com viagens bem desgastantes. Risco de lesões para os atletas, risco de brigas em estádios e por aí vai.

A Copa Verde é prestigiada pelos clubes quando permanecem nela. Pela imprensa que dobra um danado para arranjar como acompanhar ou ainda, cobrir. Só falta um pensamento mais esclarecido da CBF para mostrar o real objetivo da Copa Verde para o futebol brasileiro.

Amazonas e Manaus e tantos outros clubes entraram em campo, conquistaram clássicos ou bons resultados heróicos e isso não pode ser televisionado ou mostrado. O que temos de atualização é que a CBF busca vender os direitos de transmissão, mas isso com uma competição que já está em andamento e nem os clubes podem transmitir.

Fico na torcida para que consigamos, em algum momento, assistirmos jogos de verdade. Pra vocês terem uma ideia de como o que estou falando é importante para o fortalecimento do da própria competição, no duelo entre Paysandu x Manaus, um torcedor abriu uma live no YouTube e ela chegou a bater 27 mil pessoas assistindo.

Aí eu pergunto: De quem é o desprestígio?

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