O ano de 2023 sem dúvida alguma foi um divisor de águas para o futebol amazonense. Tivemos muitos acontecimentos marcantes assim como também avançamos em outras questões como um calendário consolidado para a base amazonense, uma competição como a Copa da Floresta e claro, uma valorização maior ao Barezão com a volta do Rio-Nal e muitas outras novidades que passaram por esse estadual.
O mês de janeiro veio para marcar um inédito campeão amazonense com a conquista do Amazonas. Trouxe também uma nova força e potência que foi o Manauara. Equipes que começaram o campeonato se enfrentando e finalizaram a temporada do estadual como campeão e vice respectivamente. Ou seja, uma final inédita renovando as histórias do futebol amazonense.
Um estadual que teve de tudo, acusação de manipulação de resultado contra a equipe do Iranduba com relatório e estudos. Processos e audiências e por fim, a constatação por parte de uma instância superior que as provas não foram suficientes. Infelizmente, esse “câncer” no futebol está inserido e tivemos um ano com Operações nacionais sobre o caso. É algo muito maior do que podemos controlar e ainda muito difícil de punir.
Tivemos VAR pela primeira vez numa final de Barezão e uma arbitra FIFA como a Edina Alves comandando esse enredo de inovação para o futebol amazonense. A nova gestão da Federação de Futebol proporcionou mais acertos que erros, isso é de se reconhecer.
E as premiações no estadual? O troféu “Caboco do Jogo” ganhou reconhecimento nacional pela novidade no nome de premiar o melhor de cada jogo do Campeonato local. Mas aí, nas demais competições não ocorreu o que evidenciou uma falha de continuidade da Federação Amazonense e que com certeza vão corrigir para 2024.
O troféu do campeonato amazonense foi anunciado em evento e contestado pelo torcedor local diante do incremento de material indígena e uma roupagem nada tradicional com relação as taças costumeiras do futebol.
Para 2024, a FAF já até anunciou o novo troféu e com a cara de uma inovação mais moderna sem sair do tradicional.
No meio do caminho passamos por uma Copa do Brasil com Manaus caindo na primeira fase, mas aí vem o Princesa do Solimões que deu sufoco para o Ituano em casa e brilhou no confronto contra o Paysandu na Copa Verde. Praticamente saiu nos pênaltis mas, não deu vida fácil para essa equipe. Grande apresentação do Tubarão que na série D acabou não desenhando uma campanha tão esperada por todos. Em 2024, volta a disputar a série D devido ao ranking de classificação no Barezão e terá uma nova gestão que vai da diretoria até a comissão técnica.
Falando em série D, o Nacional mexeu com os corações dos seus torcedores. Foi fazendo uma campanha muito interessante e ficou a um jogo do acesso. Há 10 anos o Leão não ia tão longe em uma competição nacional. Internamente participei dessa jornada quando minha Agência pegou a assessoria do clube no Brasileiro. Muita gente me acusa até hoje (de forma muito errada) de eu ter causado a eliminação do clube por conta da foto postada do rachão. Aquela que autorizei postarem em que aparece o time do Naça no estádio do Bahia de Feira imitando uma pessoa morta (devido ao rachão) no mesmo local em que dias atrás um jogador do Bahia teve morte súbita. Erro assumido mas culpa eternizada por pessoas que são cruéis. Nunca brincaríamos com a morte de alguém. NUNCA. O Nacional caiu nas oitavas de final.
Ai chegamos ao Brasileiro nas duas modalidades. Com JC, 3B e Recanto brigando por acessos no feminino. Estreias como a do Tarumã na série A3. Mais uma vez renovando o cenário do futebol amazonense que anos atrás se comandou somente pelo Iranduba no feminino. O 3B teve um ano positivo com a conquista do título amazonense feminino.
No masculino a previsível queda do Manaus para a série D. Digo isso porque hoje eu percebo o quanto o time custou a engrenar em 2023, não é a toa que sequer chegou as finais do estadual. Algo que acontecia desde 2017. Manaus tem cinco títulos amazonenses e não perdeu meu respeito mas este ano, não fez boas escolhas a qual não isento diretoria e atletas. O cenário foi trágico para o Gavião e com quatro técnicos ao longo do ano.
Na contrapartida veio o Amazonas, estreando na série C e indo direto para uma campanha ousada e expressiva. Se não bastasse o título amazonense inédito, arrancou um outro acesso - agora para a série B, e o título brasileiro. A Onça se tornou o primeiro clube amazonense a ser campeão brasileiro, derrotou o Brusque e chegou a Manaus saindo de carreata do aeroporto. Que ano!
Tivemos aqui em gosto e bom tom o belo futebol e os gols do atacante Sassá. Artilheiro da série C e do Amazonas e uma projeção gigantesca nacional ao clube. Ele disse que veio para contribuir e fez muito mais, abraçou a Amazônia e acaba de renovar. Quer mais. Ainda bem. Muitas Sarradas em 2024. Ele calou muitas torcidas em 2023.
A Série B trouxe um campeão inédito, enfim o Unidos do Alvorada conquistou o acesso e o título inédito diante do São Raimundo. Sob o comando do Marinho, que por anos esteve à frente da história do Tufão.
Na base, um calendário cheio e organizado. Todas as competições foram realizadas e com alguns campeões inéditos. E lá vem o Amazonas de novo que faturou dois títulos seguidos no Sub-14 e Sub-16. Teve o Fast que venceu o Sub-20 e mais recente o Sub-10. De novo, uma renovação no futebol amazonense que por anos teve o Tricolor de Aço comandando tudo. As modalidades também trouxeram meninas inseridas nos elencos masculinos, como forma de fortalecer a nova opção de equipe mista no futebol, que aliás é pra todos.
E a Copa da Floresta hein? Movimentou o interior do Amazonas e teve a seleção de Tefé como grande campeã da competição que trouxe até mesmo a TV GLOBO para cobrir in loco. Breve vem aí uma reportagem especial. Foram quase quatro meses e vários municípios envolvidos. Tudo com muita organização e com arbitragem Nacional. Novamente Edina Alves esteve no Estado e a final da Copa da Floresta contou com um sexteto feminino na arbitragem. Golaço!
Manaus virou algo da CBF novamente para sediar um jogo da Seleção Brasileira. Uma comitiva esteve na capital mas infelizmente a partida acabou não vindo. Porém, voltamos a ser vistos para a Copa do Mundo Feminina de 2027.
Eu acredito que consegui colocar aqui um breve resumo. O futebol amazonense viveu distintos cenários mas, pro que tínhamos cinco a seis anos atrás em que era um ano completo de baixos sem nenhum avanço ou algo a comemorar, posso afirmar que foi um ano de bons momentos e aprendizados.
Até 2024, meu amado futebol amazonense.