Educação

No mês da alfabetização, Amazonas registra queda no índice de educação infantil 

O estado não atingiu a meta do MEC em 2024 e tem menos da metade dos alunos alfabetizados até o 2º ano; especialista aponta falhas de gestão e falta de apoio às redes municipais

Escrito por Clara Gentil
14 de setembro de 2025
Foto: Divulgação

No mês em que é celebrado o Dia Mundial da Alfabetização, data que tem como objetivo reforçar a importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento social e econômico, dados divulgados recentemente pelo Ministério da Educação (MEC) evidenciam que o estado do Amazonas ainda enfrenta dificuldades significativas para avançar nessa área fundamental.

Segundo o estudo do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), apenas 49,17% das crianças amazonenses foram alfabetizadas até o final do 2º ano do ensino fundamental em 2024. O índice está abaixo da meta estadual de 56,8% e representa uma queda em relação ao ano anterior, quando o estado atingiu 52,2%.

A capital, Manaus, também apresentou recuo nos indicadores. Em 2023, o município registrou 52,2% de crianças alfabetizadas; em 2024, o número caiu para 50,13%, também abaixo da meta estabelecida.

O MEC destacou que os dados foram coletados com base em avaliações aplicadas pelas redes públicas. A expectativa para 2025 é de que o Amazonas alcance a taxa de 61,3% de alfabetização infantil.

Entre os municípios amazonenses, os piores desempenhos foram registrados em:

  • Uarini (11,25%);
  • Envira (19,30%);
  • Caapiranga (21,72%).

Por outro lado, os municípios do estado que lideram o ranking de crianças alfabetizadas são: 

  • Japurá (91,93%);
  • Atalaia do Norte (84,07%);
  • Itamarati (82,23%).

Para Lambert Mello, coordenador jurídico do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), os resultados negativos refletem falhas estruturais e de gestão.

“O governo do Estado tem falhado bastante. Não tem dado suporte técnico, não tem dado essa contribuição necessária para que as prefeituras possam resolver os graves problemas de falta de estrutura, de apoio aos profissionais da educação e, principalmente, de permanência dos estudantes nas escolas”, avaliou. Mello também criticou a falta de valorização dos profissionais da educação, citando atrasos na data-base e ausência de reajustes salariais

Por fim, o representante da Asprom se posicionou contra propostas que antecipam a alfabetização para a pré-escola, como vem sendo discutido na Prefeitura de Manaus. Para ele, tais medidas desconsideram o desenvolvimento infantil e não enfrentam os reais entraves do processo educacional.

No mês em que os dados foram divulgados, a Secretaria de Educação do Amazonas declarou, por meio de nota, que está articulando uma mobilização com os municípios do estado para discutir e aplicar novas estratégias que melhorem o desempenho no sistema de avaliação. 

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