Nesta quarta-feira (26), a Netflix chamou atenção ao anunciar uma vaga para gerente de produto na área de Inteligência Artificial (IA) em seu escritório em Los Gatos, Califórnia. A vaga oferece um salário que varia de US$ 300 mil a US$ 900 mil e tem como principais responsabilidades desenvolver a visão estratégica da empresa para o uso de IA através da plataforma de Machine Learning, avaliar o uso da tecnologia e executar programas de educação do usuário.
O timing do anúncio da vaga chamou a atenção, uma vez que acontece em meio à greve em andamento de Hollywood, onde atores e roteiristas reivindicam, entre outras coisas, a limitação do uso de IA pelos estúdios. Os sindicatos têm centralizado as discussões em torno do uso de IA como uma das principais questões na negociação com os estúdios.
Apesar da abertura da vaga e do uso histórico de IA pela Netflix para melhorar a experiência do usuário na plataforma, como na personalização de recomendações e na seleção de pôsteres para cada perfil, a descrição da função não menciona o uso da tecnologia na criação de conteúdo ou se afetará a área de alguma forma.
Além da vaga para gerente de produto de IA, a empresa de streaming também está contratando profissionais em outras funções relacionadas ao uso de inteligência artificial, como cientista de machine learning, gerente de engenharia para liderar pesquisas de IA sobre satisfação do cliente, e engenheiro de software para criação de novas ferramentas de machine learning.
A questão sobre o uso de IA na indústria do entretenimento está em alta, especialmente após o lançamento da sexta temporada de Black Mirror, série conhecida por explorar questões futurísticas e de tecnologia. Na estreia dos novos episódios, a produção fez uma paródia da própria Netflix envolvendo o uso de IA em suas produções.
Enquanto a negociação entre os sindicatos de Hollywood e os estúdios continua, as exigências dos roteiristas e atores incluem aumento do salário-base, parcelas de direitos autorais em produções exibidas em serviços de streaming e a garantia de que os estúdios não substituirão profissionais por inteligências artificiais (IAs). A questão continua sendo um ponto central nas discussões entre as partes envolvidas na greve conjunta.
