Na manhã desta quarta-feira (24/9), durante a 83ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), profissionais da rede municipal de educação e representantes de sindicatos realizaram um protesto em frente à Casa Legislativa.
A manifestação ocorreu após a emissão de parecer desfavorável ao Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 008/2025, de autoria do Executivo Municipal, que propõe alterações na Reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do município.


Durante a sessão, o vereador Rodrigo Guedes (PP) questionou o PL, sugerindo que o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o retirasse de tramitação. Para o parlamentar, a proposta é irrazoável e desproporcional, e não considera adequadamente a realidade enfrentada pelos servidores.
Guedes ressaltou ainda que o projeto deveria ter sido discutido previamente com os órgãos da Prefeitura antes de chegar à Câmara Municipal, garantindo um debate mais amplo e transparente sobre a reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

“Hoje, presenciamos aqui em frente à Câmara Municipal de Manaus, a maior manifestação de servidores públicos deste século. E podem ter certeza, senhoras e senhores vereadores, isso vai aumentar e não vai parar por aí. Por isso, a sugestão que faço é que os servidores da base se reúnam com o prefeito David Almeida e peçam a retirada deste projeto de lei”, disse Guedes.
O parlamentar ainda finalizou destacando que qualquer vereador que votar contra o projeto estará se posicionando como adversário dos servidores públicos de Manaus.
Protesto e paralisação das aulas
Durante o protesto, cerca de 140 escolas da rede municipal de Manaus suspenderam as aulas devido à paralisação dos professores. A categoria critica o aumento da carga horária de trabalho, argumentando que a medida desconsidera o desgaste físico e emocional dos profissionais e representa um retrocesso nos direitos.
Os educadores afirmam que a manifestação faz parte de um indicativo de greve, com o objetivo de pressionar pela retirada do projeto de tramitação, já que ele ainda não foi debatido em plenário. O Sindicato de Professores e Pedagogos de Manaus convocou uma assembleia às 19h desta quarta-feira para decidir sobre a possível deflagração da greve.
Além disso, os professores também criticam a falta de diálogo prévio da Prefeitura e consideram que o momento político é inoportuno para a análise da reforma do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), temendo que o projeto seja apreciado a qualquer momento, mesmo sem constar na pauta da Câmara Municipal nesta quarta-feira.

Segundo a Prefeitura de Manaus, a reforma proposta pela Manaus Previdência (Manausprev) é essencial para equilibrar as contas do regime próprio de aposentadoria, que, sem as alterações, poderia acumular um déficit de R$ 938 milhões até 2038.
O Diário da Capital solicitou esclarecimentos à Prefeitura de Manaus sobre o diálogo prévio com servidores e sindicatos, o planejamento que indica o possível déficit e o posicionamento oficial diante das manifestações e paralisações de professores em frente à CMM. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para manifestação.