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Não normalizem agressões contra mulheres no futebol

"Sejam famosas ou não, o cenário é algo que todas vivem a cada minuto no Brasil e no mundo"

Escrito por
Larissa Balieiro
November 13, 2023
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Nos últimos dias, a gente tem acompanhado casos de agressões físicas contra mulheres. Sejam famosas ou não, o cenário é algo que todas vivem a cada minuto no Brasil e no mundo. Hoje eu trago esse assunto difícil e extremamente desgastante, porque novamente um caso assim veio à tona no meio do futebol. Um jogador está sendo acusado por uma mulher de agressão física pelo simples fato que ela NÃO o quis. O fato ocorreu numa cidade do Pará no último sábado (11) e o jogador atuou no Amazonas FC nesta temporada.

Pois bem, essa palavra NÃO consegue despertar em muitos homens a sensação de inferioridade. O efeito macho alfa, comandante e líder, se sente rebaixado ao receber uma negativa de mulher. Seja em qual ambiente for, sabemos e notamos o quanto homens não aceitam serem superados ou desafiados pela fala de uma mulher, principalmente quando carrega o NÃO na frase.

Essa vítima que acusa o jogador tem na rede social um perfil em que expõe sua vida próxima ao futebol. Mas ainda sim, ela diz que não conhece o jogador e que nunca teve contato, se encontraram em uma festa na casa de amigos. O que diz que não interessa o ambiente, a roupa, o espaço quando o homem quer agredir, ele se sente pronto e a vontade para isso. Algo parecido aconteceu este ano no futebol amazonense também, de agressão no caso. A diferença é que o jogador em questão era cônjuge da mulher que o denunciou. Eles discutiram entre amigos e ele teria agredido ela. Não sei como a situação aconteceu, mas me pergunto quantos homens ali estavam e tentaram defender a vítima. Ou então, simplesmente cortaram laços com o agressor depois disso. O ato seguinte da vítima foi denunciar e alguns dias depois, acabou retirando a queixa segundo relato de pessoas próximas a ele. Parece que voltaram a viver como casal. Mas aí, a escolha é dela – que segue sendo vítima e ele agressor pra sempre. 

Engraçado que, quando um homem comete um crime desses, ele se volta contra todas as outras mulheres que o repudiam ou o recriminam. Esse jogador em questão do futebol amazonense, me seguiu e depois parou de me seguir na rede social. Como se dissesse “eu sei o que você falou e tem falado”. Não me intimidou e eu não estou nem aí para esse cidadão. Esse outro jogador que hoje é acusado por uma vítima no Pará, enquanto agredia a mulher, disse que ela era “marrenta” e que “ele pegava a mulher que quisesse”. Tai, mais uma prova de que a superioridade (que ele acha que tem por ser homem) é algo que o homem tem como troféu. O caráter e o respeito são excluídos perante ao recebimento de um NÃO ou quando a mulher toma uma atitude.

Agora eu trago a reflexão para os homens. Quantos conseguem condenar este ato sem nenhum tipo de brincadeira? Se revoltar de verdade? Sem dizer “não vou nem me meter”. Pois é, não é se meter exatamente, é simplesmente repudiar isso. Conversar entre outros amigos e discutir a situação, alertar. Às vezes, o comportamento de um homem dá indícios que ele pode cometer algo isso contra uma mulher. O que mais eu ouvi desse jogador acusado de feminicídio e que estava no Amazonas FC nesta temporada foi “ele tinha cara de psicopata”, “ele é doido”, “ele nunca girou bem”. A mulher não tem força física, de enfrentar isso sozinha. Os homens precisam refletir sobre esses comportamentos e corrigirem os seus próprios sim. Observar o erro nisso e corrigir suas próprias falas e ações.

Não normalizem essas agressões. Uma apresentadora de TV, renomada e rica, foi agredida após uma discussão banal e doméstica. Uma mulher que tem todas as condições de não viver em ambiente hostil. Mas aí está o recado dessa coluna: O AGRESSOR ESTÁ SEMPRE ENTRE NÓS, e é SEMPRE UM HOMEM e está por toda a parte. Então, não normalizem. Recriminem, não tratem bem os agressores. Se afastem, conversem com mulheres. 

Excluam essas pessoas do convívio. Mostrem indiferença, insatisfação. Façam algo. Porque nós mulheres, precisamos de segurança. Não estamos protegidas!

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