Alice Munro, a renomada escritora canadense vencedora do prêmio Nobel de Literatura, faleceu aos 92 anos. A informação foi confirmada nesta terça-feira (14) pelo porta-voz da sua editora. A causa da morte não foi divulgada.
Munro, que tinha uma saúde frágil há anos, havia manifestado o desejo de se aposentar. Seu último livro de contos originais, "Vida querida", foi lançado em 2012.
A autora recebeu o Nobel de Literatura em 2013, sendo elogiada pelo comitê como "mestre da narrativa breve contemporânea" e reconhecida por sua "narrativa afinada, caracterizada pela clareza e pelo realismo psicológico". Munro é frequentemente comparada ao escritor russo Anton Chekhov, sendo chamada de "a Chekhov canadense" por muitos críticos, devido ao foco de seus contos nas fraquezas da condição humana.
Alice Munro nasceu em 10 de julho de 1931, em Wingham, Canadá. Ao longo de sua carreira, ela publicou diversos livros de contos que foram traduzidos para mais de dez idiomas. Entre os inúmeros prêmios que recebeu, destaca-se o Man Booker Prize, em 2009. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem "O amor de uma boa mulher" (2013), "Fugitiva" (2004) e "Felicidade demais" (2010).
Munro iniciou seus estudos em Jornalismo e Inglês na University of Western Ontario, mas interrompeu a formação ao se casar em 1951. Ela e seu marido se mudaram para Victoria, em British Columbia, onde abriram uma livraria. Seu primeiro livro, "Dance of the Happy Shades", foi publicado em 1968 e ganhou grande destaque no Canadá. Em 1971, Munro lançou a coleção "Lives of Girls and Women", descrita pelos críticos como um "Bildungsroman", ou romance de formação.
Sua obra "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento" (2001) inspirou o filme "Longe dela" (2006), dirigido por Sarah Polley. Três de seus contos também serviram de base para o filme "Julieta" (2016), de Pedro Almodóvar.