O Ministério das Comunicações pediu desculpas na terça-feira (6) após publicar uma imagem que apagava a ginasta Rebeca Andrade, campeã nas Olimpíadas de Paris, de uma foto icônica que a registrava sendo reverenciada no pódio.
A publicação original, feita na segunda-feira (5) pouco após a vitória de Rebeca, mostrava a atleta sendo homenageada por Simone Biles e Jordan Chiles, que conquistaram as medalhas de prata e bronze, respectivamente. No entanto, a imagem da brasileira foi substituída por um computador em referência ao programa Computadores para Inclusão, do Governo Federal.
O programa, criado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mantido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sob a chefia do ministro Juscelino Filho, atual titular da pasta.
A substituição da imagem gerou uma onda de críticas nas redes sociais, com usuários considerando a publicação um desrespeito à maior medalhista brasileira dos Jogos Olímpicos, que foi apagada para dar lugar a uma propaganda institucional. Em resposta à repercussão negativa, o Ministério das Comunicações excluiu o post e emitiu um pedido de desculpas “à Rebeca e a todos os brasileiros e brasileiras, pela postagem anterior, especialmente às mulheres pretas, que estão tão bem representadas no pódio por Rebeca Andrade”.
Na nova publicação, a atleta foi restaurada ao seu devido lugar como campeã olímpica, medalha de ouro no solo. “ESSE É O POST. Todos nós, do Ministério das Comunicações, reverenciamos Rebeca Andrade,” diz o texto. “Todos os brasileiros e brasileiras se sentiram honrados pela Rebeca, mas, principalmente, cada mulher preta brasileira subiu junto no topo do pódio na imagem. Rebeca não só entrou para a nossa história. Ela É nossa história”.
Além desse episódio, uma postagem racista do Ministério do Esporte também gerou controvérsia no início dos Jogos Olímpicos. A conta oficial do ministério na rede social X (antigo Twitter) postou a imagem de um chimpanzé dirigindo um barco com a mensagem: “Todo mundo aguardando o nosso barco”, acompanhada da bandeira do Brasil. O post foi rapidamente retirado do ar, mas não antes de ser amplamente compartilhado e criticado nas redes sociais.