As micro e pequenas empresas (MPEs) estão desempenhando um papel crucial na criação de empregos formais no Brasil, de acordo com um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em julho, essas empresas foram responsáveis por absorver impressionantes 79,8% das vagas de emprego criadas no país, totalizando 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. Isso representa uma média de 3.670 vagas formais geradas a cada dia.
O volume de empregos criados pelas MPEs é quase seis vezes maior do que o número de contratações realizadas pelas médias e grandes empresas (MGEs), que concentraram apenas 13,5% das vagas criadas, totalizando 19.229 empregos. Outros segmentos, como instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública (-200), tiveram contribuições menores.
Para a pesquisa do Sebrae, as microempresas são aquelas com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). As pequenas empresas incluem aquelas com até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
Esse resultado positivo em julho marca o sétimo mês consecutivo de criação líquida de empregos formais pelas MPEs. A última vez que essas empresas tiveram mais demissões do que admissões foi em dezembro, um mês tradicionalmente associado a perdas de emprego devido ao término de contratos temporários relacionados às festas de fim de ano.
Embora o índice de julho seja ligeiramente inferior ao registrado em janeiro, quando as MPEs foram responsáveis por 81% das contratações, ele demonstra a resiliência dessas empresas na geração de empregos, mesmo em um contexto econômico desafiador.
Os setores que mais contribuíram para a abertura de empregos nas MPEs em julho foram serviços (46,7 mil vagas), construção (26,1 mil vagas) e comércio (25 mil vagas). As atividades que se destacaram incluem construção de edifícios (8,6 mil vagas), restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (5,8 mil), e transporte rodoviário de carga (4,4 mil).
Por outro lado, as médias e grandes empresas viram uma concentração de abertura de empregos nas áreas de indústria de transformação (6,5 mil), serviços (5,8 mil) e agropecuária (4,7 mil).
No acumulado de 2023, as MPEs representam uma participação proporcionalmente menor na geração de empregos formais, mas ainda lideram com 70,8% do total de 1,1 milhão de empregos criados no Brasil. As MGEs respondem por 16,4% desse total.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, atribui esses números ao otimismo crescente dos pequenos empresários em relação à economia. "A partir de indicadores cada vez mais positivos, somados ao controle da inflação e à perspectiva de continuidade na queda da taxa de juros, os donos de pequenos negócios estão retomando o otimismo. É a confiança de que o país é capaz de acelerar o ritmo de crescimento que faz os empreendedores criarem vagas de emprego", avalia Lima.
É importante destacar que, tanto em julho quanto no acumulado do ano, todos os estados e o Distrito Federal apresentaram saldos positivos de empregos formais nas MPEs. Isso demonstra a abrangência e a importância desses negócios em todo o território nacional.
