De janeiro a agosto de 2025, Manaus notificou 3.853 casos de malária, um aumento de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 3.516 casos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Sivep-Malária/Ministério da Saúde.
Do total de casos neste ano, 1.766 ocorreram durante o período sazonal da malária, que vai de junho a setembro, época em que há aumento da incidência da doença na capital amazonense.
O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, alerta que a febre é o principal sintoma da malária e que as pessoas devem ficar alertas para suspeitar da doença e procurar uma unidade de saúde para realizar o exame.
“A malária é endêmica na região amazônica e a população deve sempre se manter atenta e suspeitar da doença, principalmente em caso de apresentar sintomas como a febre depois de visitar locais de risco para transmissão. Muitas pessoas têm febre, mas por residirem em áreas urbanas não suspeitam de malária. Acham que é sintoma de gripe ou outra doença, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento”, alerta Alciles Comape.
Sintomas da malária
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo protozoário Plasmodium, transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. O aparecimento dos sintomas ocorre, em média, entre 12 e 15 dias após a picada do mosquito. Os sintomas mais comuns incluem:
- febre alta;
- calafrios e tremores;
- sudorese;
- dor de cabeça.
Diagnóstico
O diagnóstico rápido é fundamental para interromper a cadeia de transmissão, pois pessoas infectadas, mesmo com sintomas leves ou assintomáticos, podem continuar espalhando o parasita. Além disso, a Semsa ampliou os pontos de atendimento para diagnóstico da malária.
- Zona urbana: de 10 para 41 pontos de atendimento, incluindo unidades de saúde e Bases de Controle de Endemias.
- Zona rural: 21 pontos de atendimento.

Recomendações de prevenção
Profissionais de saúde recomendam que familiares e acompanhantes de pessoas que estiveram em áreas de risco realizem o exame, mesmo sem sintomas, devido à possibilidade de infecção assintomática. Além disso, alertam para a importância de adotar medidas preventivas ao visitar essas regiões:
- Utilizar repelente;
- Evitar exposição nos horários de maior atividade do mosquito (amanhecer e entardecer);
- Usar roupas de mangas compridas e calças, principalmente em trilhas ou matas.

Foto: Divulgação/Internet
Em Manaus, o controle da malária é feito por meio de diversas estratégias, incluindo:
- Uso de mosquiteiros em áreas endêmicas;
- Monitoramento de criadouros naturais e artificiais, como tanques de piscicultura;
- Busca ativa de casos e identificação de pessoas assintomáticas;
- Aplicação de fumacê (termonebulização) e uso de biolarvicidas para controle do mosquito.
Riscos da malária
A malária tem cura e o tratamento é gratuito, mas se não for diagnosticada e tratada rapidamente, pode evoluir para formas graves, afetando órgãos vitais. Outros riscos desencadeados pela doença:
- anemia severa;
- complicações respiratórias;
- continuidade da transmissão (pessoas infectadas, mesmo assintomáticas, podem espalhar o parasita);
- morte, se não houver tratamento precoce.