O estudo feito com cerca de 15 mil crianças com menos de 5 anos de todo o país mostra que a falta de alimentação ou a alimentação de má qualidade está comprometendo o desenvolvimento delas. O estudo também apontou que crianças negras da região Norte do Brasil, filhas de mulheres com baixa escolaridade e com renda domiciliar de até meio salário mínimo, apresentam um índice de desenvolvimento ainda mais baixo. O estudo foi realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em uma escala em que o ideal é 1, o Brasil tem um quociente de desenvolvimento de 0,93. Já as crianças negras da região Norte do país apresentam índice com valor de 0,88. Isso significa que as crianças estão demorando mais do que o esperado para se desenvolver tanto fisicamente como intelectualmente.
O professor titular de epidemiologia nutricional da UFRJ, Gilberto Kac, explica essa relação da alimentação com o desenvolvimento das crianças. "A gente está falando de uma criança que não desenvolve o potencial de crescimento, ela é mais baixa do que as coleguinhas porque ela não desenvolve o potencial genético, mas muitas vezes por questões de fato de acesso a alimentos ,dieta saudável", ressalta o professor titular de epidemiologia nutricional da UFRJ, Gilberto Kac.
Mariana Montoro Jens, diretora de comunicação da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, também destaca que a falta de nutrição na infância pode levar a problemas de aprendizado e saúde a longo prazo.
"Durante a infância, ela tem dificuldade, inclusive de aprender e apreender os conteúdos que são ditos. Isso pode a longo prazo também contribuir para o surgimento de doenças como obesidade, diabetes. 90% das conexões cerebrais, se dão nessa etapa da vida", destaca.
