O golpe militar ocorrido no Níger nesta quarta-feira (26) recebeu uma oferta surpreendente de auxílio. Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, saudou a tomada de poder dos militares e manifestou disponibilidade para ajudar o novo governo a controlar a situação nacional e "trazer a ordem".
Em uma mensagem de voz ouvida pela Reuters, Prigozhin gabou-se da suposta eficiência de Wagner em auxiliar na estabilização e desenvolvimento de nações africanas, apresentando um discurso que parecia ser de vendas para o novo governo nigerino.
"Milhares de combatentes de Wagner são capazes de trazer ordem e destruir terroristas e não permitir que eles prejudiquem as populações locais desses estados", disse ele, sugerindo que suas forças mercenárias poderiam contribuir significativamente para o combate à ameaça terrorista que permeia as decisões políticas na região.
O Níger está situado em uma área que sofre com a influência de grupos terroristas como o Boko Haram, o Estado Islâmico e a Al Qaeda. A recente tomada de poder pelos militares, liderada pelo general Abdourahamane Tiani, foi justificada pelo próprio líder como uma resposta à precarização da segurança nacional e às constantes ameaças terroristas que assolam o país.
A mensagem de voz atribuída a Prigozhin, divulgada nos canais do Grupo Wagner, também menciona o contexto histórico da luta do povo nigerino com seus colonizadores, destacando as tentativas de impor regras e condições que, segundo ele, mantêm a África em um estado semelhante ao de séculos atrás.
O Níger, com uma população de aproximadamente 27 milhões de pessoas, é em sua maioria muçulmano e desempenha um papel importante como aliado da União Europeia na luta contra a migração irregular proveniente da África subsaariana.