O aumento da troca de mísseis entre o Hezbollah, do Líbano, e o exército de Israel no último final de semana levou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) a emitir uma recomendação urgente aos brasileiros que residem na região. A orientação é que todos os cidadãos brasileiros que vivem no Líbano deixem o país o quanto antes e que aqueles que planejam viajar para a região evitem fazê-lo neste momento.
No domingo, 25 de agosto, a embaixada brasileira em Beirute divulgou orientações específicas para os cerca de 21 mil brasileiros que estão no Líbano, a maior comunidade brasileira no Oriente Médio. “A embaixada recomenda aos cidadãos que residem no Líbano, ou que passam por ele, que deixem o país pelos seus próprios meios até que as coisas voltem ao normal”, afirmou o informe. A orientação é que aqueles que decidirem permanecer evitem as regiões do sul, zonas fronteiriças e outras áreas consideradas perigosas, onde os ataques estão concentrados.
O comunicado reforça a importância de seguir as instruções das autoridades locais, adotar medidas de precaução adicionais, evitar comícios e protestos, garantir que os passaportes estejam válidos por pelo menos seis meses e atualizar todos os dados de registro na embaixada brasileira.
A intensificação dos confrontos na fronteira entre Líbano e Israel coincide com o início da guerra na Faixa de Gaza, após o ataque de 7 de outubro de 2023. Desde então, o grupo libanês Hezbollah e as forças israelenses têm trocado ataques frequentes, com o Hezbollah lançando centenas de foguetes e drones contra Israel e, segundo a agência de notícias Reuters, Israel respondendo com ataques aéreos utilizando 100 jatos.
Os ataques recentes, que incluem uma resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Fuad Shukr, no Líbano, têm aumentado as tensões na região, levando o governo brasileiro a acompanhar a situação com “grave preocupação”. Em nota oficial, o Itamaraty destacou a necessidade de todas as partes envolvidas exercerem máxima contenção para evitar a escalada das hostilidades e o alastramento do conflito para outras partes do Oriente Médio.
O Papa Francisco também expressou preocupação com a escalada do conflito, pedindo orações e esforços internacionais para a paz. Em sua declaração, o Papa ressaltou a necessidade de diálogo e reconciliação entre as nações envolvidas, afirmando que
“A paz nunca é alcançada pela força das armas, mas pelo encontro entre as pessoas, pelo respeito mútuo e pela busca da verdade”.
A recomendação para que os brasileiros deixem o Líbano é uma medida preventiva em meio à incerteza da situação atual e à possibilidade de novos confrontos.
