Uma greve histórica em uma das lojas de departamentos mais movimentadas de Tóquio divide opiniões da população da capital japonesa.
Desde esta manhã, a Seibu Ikebukuro, uma loja de departamentos sofisticada e imensa, com doze andares e muito movimentada com 100 mil clientes por dia, está fechada. Os sindicatos protestam contra a venda da marca a um fundo de investimentos norte-americano, que pretende convertê-la numa loja de produtos eletrônicos.
A última greve no setor aconteceu em 1962 no Japão.
Os grevistas argumentam que a venda da Seibu Ikebukuro a um fundo estrangeiro seria um golpe para o setor comercial tradicional japonês. Eles também temem que a mudança de ramo da loja prejudicaria os empregos dos atuais funcionários.
A greve divide opiniões da população de Tóquio. Alguns moradores apoiam o movimento social, enquanto outros acreditam que a paralisação é uma forma de prejudicar os clientes da loja.
As paralisações no trabalho são raras no Japão, onde apenas 16% dos funcionários são sindicalizados. Aderir a uma organização sindical, muitas vezes é visto como um sinal de desconfiança em relação ao empregador.
Muitos dos grevistas da Seibu Ikebukuro, que foram entrevistados na televisão, aparecem na tela com os rostos desfocados e as vozes distorcidas para não serem reconhecidos.