Trabalhadores da agência de notícias pública da Argentina, Télam, protestaram contra o fechamento da empresa pelo governo ultraliberal de Javier Milei nesta segunda-feira (4).
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Os funcionários receberam uma notificação de madrugada informando que seriam "dispensados" do trabalho por sete dias, mas que receberiam os salários por aquela semana. Quando chegaram ao escritório da agência em Buenos Aires, encontraram o prédio cercado por policiais e foram impedidos de entrar.
"Este é um ataque à liberdade de expressão. Destroem um meio de comunicação público, a Télam, à meia-noite. O governo nacional está realizando um dos piores ataques à liberdade de expressão nos últimos 40 anos de democracia", denunciaram o Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (Sipreba) e @somostelam, a conta no antigo Twitter da assembleia de trabalhadores.
Durante seu discurso no Congresso na abertura do ano legislativo na última sexta-feira (1), o presidente Javier Milei anunciou o fechamento da empresa, fundada em 1945 e com mais de 700 empregados em todo o país.
O governo da Argentina afirmou nesta segunda que a decisão do fechamento da agência de notícias estatal Télam foi tomada em resposta a uma promessa feita pelo presidente, durante sua campanha eleitoral, ao anunciar um plano futuro para a empresa.
De acordo com o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em sua habitual entrevista coletiva na Casa Rosada (sede do governo), o fechamento do veículo de comunicação "não faz parte de uma ditadura", ao ser questionado nesses termos sobre as primeiras medidas tomadas pelo Executivo para encerrar a agência: o cercamento de seus escritórios pela polícia e o bloqueio de seu site.