O governo argentino anunciou um aumento de 30% no salário mínimo, estabelecendo valores de 180 mil pesos em fevereiro (US$ 204) e 202,8 mil pesos em março (US$ 230). A medida foi tomada após o fracasso das negociações entre governo, câmaras empresariais e sindicatos, que pediam um aumento de 85%.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, destacou que o governo teve que intervir para fixar o salário mínimo diante da falta de acordo entre as partes. A inflação anual na Argentina ultrapassou os 250%, e desde o último reajuste salarial em dezembro, a inflação acumulada foi de 25,5% em dezembro e 20,6% em janeiro.
Leia Também
O aumento do salário mínimo ocorre em um momento de crescentes tensões sociais no país, com a pobreza atingindo 57% da população, de acordo com um estudo da Universidade Católica Argentina. O sindicato ferroviário planeja uma greve nacional, e outras categorias, como trabalhadores da saúde e professores, também anunciaram medidas de protesto.
O governo, liderado por Javier Milei, foi criticado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), que acusou o governo de romper com a tradição de diálogo social tripartite ao fazer fracassar o Conselho do Salário.
Milei, por sua vez, rejeitou a ideia de que um político possa definir um preço à mão, afirmando que irá emitir um decreto fixando o salário mínimo.