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Funcionário diz ter sido demitido após protestar atraso salarial por terceirizada da SES-AM

Trabalhadores da Maxx Limp participaram de um protesto em frente à Fundação Medicina Tropical para reivindicar uma série de direitos trabalhistas

Escrito por
Rhyvia Araujo
July 26, 2023
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Felipe Gomes, auxiliar de lavanderia, afirma ter sido demitido da Maxx Limp Serviços após participar de um ato público contra a empresa de serviços gerais, terceirizada da Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), vinculada à Secretaria de Saúde (SES-AM). Nesta quarta-feira, 26, vários funcionários participaram do protesto em frente à FMT-HVD para reivindicar uma série de direitos trabalhistas. Além do atraso salarial de três meses, eles também alegam falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e abuso de poder por parte dos empresários.

Ao Diário da Capital, Gomes contou que após vinte minutos de manifestação, o encarregado da empresa, identificado apenas como Ricardo, pediu o seu uniforme.  O funcionário, relatou ainda, que Ricardo chegou a solicitar o seu comparecimento na empresa no dia 27 de julho, indicando que seu contrato de trabalho será rescindido. “O protesto acabou não faz vinte minutos e o encarregado Ricardo me chamou pedindo a minha farda, e que eu compareça amanhã no escritório. Provavelmente serei desligado”, afirmou o auxiliar.

Entenda o caso

Durante a manhã de hoje, um grupo de funcionários se reuniu para expor a precarização de suas condições de trabalho e reivindicar os direitos à categoria. Outros funcionários também relataram à reportagem que os superiores da empresa são responsáveis por cometer assédio moral.

“A nossa reivindicação é pelos três meses de salário atrasado, pela falta de FGTS, pelos tickets de alimentação, pelo INSS, que é descontado todos os meses, mas eles não estão repassando e ficamos sem assistência, além dos abusos como assédio moral que os funcionários sofrem por parte do seu Ricardo e por parte do Fernando Melo, representantes da empresa”, afirmou a ex-funcionária Fabiana Queiroz, que seguiu denunciando as irregularidades da empresa: “no início do plantão é entregue apenas uma máscara de proteção, que nós sabemos que tem duração máxima de duas horas. Eles não descartam, temos que trabalhar com a mesma máscara durante 12 horas e caso precise de outra não tem disponível. Se for feita uma vistoria nos carrinhos de coleta, a maioria estão sem tampa, com fundo quebrado, correndo risco de derramar secreção e lixo pelas dependências do Tropical”.

Em função das delações, os funcionários também informaram que vão procurar seus direitos na Justiça e entrar com uma ação no Ministério Público do Trabalho.

“Sem problema orçamentário”

Um levantamento feito no Portal da Transparência, identificou que somente no ano de 2023, a Maxx Limp Serviços já recebeu 1.442.832,27 do Governo do Amazonas. O DC também entrou em contato com a Secretaria de Saúde (SES-AM) para entender se há falta de repasse para a terceirizada, e em nota, o órgão informou que não há “problema orçamentário”. 

Confira a nota na íntegra:

“A Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) informa que o processo de pagamento da referida empresa do mês de junho foi liquidado e aguarda liberação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), não existindo nenhum problema orçamentário da FMT-HVD. Esta Fundação informa ainda que a empresa foi notificada em razão da manifestação”, declarou a SES.

O DC solicitou respostas ao representante da Maxx Limp Servicos, conhecido como Ricardo, no qual informou que o jurídico da empresa seria responsável por atender a demanda, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno.

Histórico irregular

No ano de 2021, o Ministério Público do Amazonas (MPAM), pela 46ª Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, ajuizou uma Ação de Improbidade Administrativa contra o Estado do Amazonas devido o contrato com a empresa Manaós Serviços de Saúde Ltda. e de seus administradores em razão de fraude em licitação.

A empresa também foi acusada de inadimplência com a falta de pagamentos dos técnicos de enfermagem. Na época, um dos administradores envolvidos na fraude é uma das sócias da empresa Maxx Limp Servicos, Alessandra Morelatto Simões.

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