A ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório que destaca o aumento da frequência com que as forças israelenses têm matado crianças palestinas. De acordo com o relatório, até o dia 22 de agosto de 2023, pelo menos 34 crianças palestinas foram mortas por essas forças. Isso equivale ao número total de crianças palestinas mortas em 2022, tornando este ano igualmente letal em menos de oito meses.
Um dos casos citados no relatório é o de Mahmoud al-Sadi, um jovem palestino de 17 anos. Al-Sadi estava a caminho da escola quando foi atingido por um tiro disparado por um veículo militar israelense, mesmo estando a uma distância de cerca de 100 metros e não representando ameaça. A HRW investigou outros casos em que crianças palestinas foram mortas, mesmo sem representar uma ameaça séria de morte ou ferimento sério. As autoridades israelenses foram acusadas de infringir normas internacionais ao usar força excessiva.
Segundo Bill Van Esveld, diretor associado para direitos das crianças da HRW, as forças israelenses estão atingindo crianças palestinas que vivem em ocupações com uma frequência crescente. Ele ressaltou que a pressão de aliados de Israel, em especial os Estados Unidos, é essencial para que o país mude essa trajetória e evite mais mortes de crianças palestinas.
A HRW investigou casos em que crianças palestinas foram mortas mesmo não representando ameaça iminente. A organização apontou que as forças israelenses não deram avisos prévios e não utilizaram armas menos letais, como gás lacrimogêneo, granadas de concussão ou balas de borracha. A Yesh Din, uma organização israelense, informou que apenas uma pequena porcentagem das reclamações de violações por parte das forças israelenses resultam em indiciamento. Além disso, o uso excessivo de força em ações de policiamento contra palestinos é uma prática antiga, segundo a HRW.