A Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) revelou nesta quinta-feira (08) ter recebido, dias atrás, uma petição realizada por 12 federações que integram a entidade, defendendo o banimento de Israel das suas competições enquanto continuarem os bombardeios e ataques militares terrestres contra a Faixa de Gaza.
O site Sky News publicou uma lista com metade dos signatários do documento, na qual estão a federação de futebol da Palestina – que é reconhecida pela FIFA e participa de torneios realizados pela entidade –, além de Arábia Saudita, Jordânia, Catar, Irã e Emirados Árabes.
O texto do documento entregue à FIFA foi escrito pelo presidente da Federação Jordaniana de Futebol, Ali bin Al Hussein, que também preside a Federação de Futebol da Ásia Ocidental (WAFF).
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Segundo ele, a entidade esportiva mundial precisa ter “uma posição decisiva contra as atrocidades cometidas na Palestina e os crimes de guerra em Gaza, condenando o assassinato de civis inocentes, incluindo jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes. Também tendo em conta a destruição das infraestruturas do futebol, como estádios e sedes de clubes. É preciso forjar uma frente unida para isolar a Federação Israelense de Futebol de todas as atividades relacionadas com o futebol até que estes atos de agressão terminem”.
“A crise humanitária na Faixa de Gaza exige uma resposta inequívoca e decisiva da comunidade global do futebol. Como membros, vinculados pelos estatutos da FIFA, permanecemos unidos na nossa promessa de defender todos os direitos humanos reconhecidos internacionalmente”, disse Al Hussein, ressaltando também que a ofensiva militar israelense já matou quase 30 mil civis palestinos, incluindo mais de 13 mil crianças.
No entanto, a entidade máxima do futebol mundial não se posicionou sobre o caso, apenas mencionou a existência do pedido. Caso ele seja acatado, as seleções de Israel seriam automaticamente excluídas de todas as grandes competições mundiais de futebol.
Essa, aliás, é a mesma punição que a FIFA aplicou à Rússia, logo após o início do conflito com a Ucrânia, em 2022, após pedido da União Europeia de Futebol Associado (UEFA) e da federação dos Estados Unidos.
O banimento da Rússia agora serve de precedente à iniciativa contra Israel. No documento apresentado à FIFA, os 12 países que realizam o pedido argumentam que aplicar à Tel Aviv a mesma sanção seria “o mais coerente a se fazer”, e dão a entender que a entidade esportiva ficaria marcada negativamente se decide tomar duas posturas diferentes com relações a esses dois casos.
Este é o segundo pedido em favor da exclusão de Israel de grandes competições esportivas.
Em janeiro deste ano, a Conferência de Emergência pela Palestina, realizada em Londres, propôs uma série de sanções visando forçar Tel Aviv não só a encerrar suas operações militares na Faixa de Gaza como também a colocar fim ao regime de apartheid contra a população palestina e a aceitar a criação de um Estado Palestino soberano.
Entre as sanções solicitadas no documento final está o banimento de Israel da FIFA e do Comitê Olímpico Internacional (COI) – esta segunda ação resultaria exclusão de atletas israelenses dos Jogos Olímpicos que serão realizados este ano, em Paris.
O diretor executivo da Federação Israelense de Futebol, Niv Goldstein, deu declarações nesta mesma quinta-feira, repudiando o que classificou como “envolvimento de questões políticas em temas que devem ser meramente esportivos”.
“Estamos nos concentrando apenas nas questões do futebol. Nosso sonho é alcançar a classificação para a Eurocopa de 2024, e estou ansioso pela paz global”, disse dirigente israelense, que afirmou estar tranquilo com relação a participação da seleção de seu país em torneios da FIFA e da UEFA nos próximos anos.