Fernando Ferraz, conhecido como Baloteli, expressou sua frustração nas redes sociais sobre o material fornecido pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. O atleta de decatlo revelou que terá que usar dinheiro próprio para comprar sapatilhas essenciais para competir.
“Vocês não têm ideia do quanto foi broxante receber o material da Seleção. Sempre achei que nas Olimpíadas receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas, mas parece que não é bem assim,” comentou Baloteli.
O atleta destacou a complexidade de sua prova, que requer sete sapatilhas de modelos diferentes, cada uma específica para uma prova do decatlo. “Estou indo para os Jogos Olímpicos sem patrocínio de marca esportiva, ou seja, vou investir do meu dinheiro para comprar as sapatilhas, sei que vai me ajudar muito,” desabafou.
Após a declaração de Fernando, a CBAt garantiu que está trabalhando para resolver esse e outros problemas enfrentados pelos atletas. “Todos os atletas têm canais abertos com a CBAt. Estamos buscando resolver essa questão dele e de todo atleta que tiver algum tipo de problema para que estejam tranquilos para focar na competição,” informou a confederação em nota.
Essa situação não é inédita. Izabela Silva, do lançamento de disco, também fez um desabafo após receber apenas roupas masculinas e nenhuma peça feminina essencial, devido à alegação de não haver numerações maiores que o tamanho médio.
Enquanto isso, atletas de vários países estão fazendo ‘unboxing’ nas redes sociais, mostrando os kits que receberam de suas delegações para as disputas, que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto. Os “recebidos” de delegações como Brasil, Holanda, Nova Zelândia, Austrália, Bélgica, Estados Unidos, Canadá e Paraguai têm chamado a atenção. No kit canadense, por exemplo, vem um blusão, tênis e meias. Já os holandeses recebem roupas, carregador portátil, boné, buckets, tênis, chinelos e duas malas de viagem com as cores oficiais do time.
A prática de ‘unboxing’ viralizou nas redes sociais e trouxe à tona comparações que geraram polêmica. Um post no X (ex-Twitter) com mais de um milhão de visualizações criticou a forma de distribuição de uniformes olímpicos, gerando uma resposta do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A influenciadora Bic Müller comparou uma atleta da Holanda com uma mala cheia de roupas esportivas e duas jogadoras da seleção de vôlei brasileira recebendo, em um saco branco, o que parecia ser o uniforme da cerimônia de abertura e de viagem do Time Brasil.
A crítica levou o COB a responder dois dias depois, postando um vídeo que mostra o funcionamento de uma espécie de almoxarifado em Paris, onde as credenciais dos atletas têm um QR Code que informa quais peças de roupa devem ser inseridas nas malas. “Serão mais de 700 malas montadas ao final do processo, e costureiras estarão disponíveis para todo tipo de ajuste,” informou o vídeo.