Segurança

Falsa médica presa em Manaus alegava ser sobrinha de David Almeida; prefeitura desmente 

Identificada como Sophia Livas de Morais Almeida, a suspeita foi presa por atuar ilegalmente na medicina e ainda afirmava ser sobrinha do prefeito David Almeida (Avante).

Escrito por Redação
19 de maio de 2025

A Prefeitura de Manaus esclareceu, nesta segunda-feira (19/5), que o prefeito David Almeida (Avante) não possui qualquer parentesco com Sophia Livas de Morais Almeida, jovem presa sob suspeita de exercer ilegalmente a medicina na capital amazonense. O esclarecimento foi divulgado após vir a público que a investigada alegava nas redes sociais ser sobrinha do prefeito.

Em nota à imprensa, a administração municipal reforçou que “o prefeito de Manaus não possui qualquer parentesco com a suposta falsa médica“, alvo da operação “Azoth”, da Polícia Civil do Amazonas.

A Prefeitura também negou a veracidade de uma foto divulgada por ela, em que o prefeito aparece com uma criança.

Achei essas fotos aqui na vovó hoje e que lembrança boa. Nossa primeira campanha juntos sem eu saber que era campanha (rsrsrs). No dia de hoje, em especial, obrigada por todo apoio e colo. Te amo tio, tô contigo até embaixo d’água!”, escreveu a suspeita em suas redes sociais. 

Segundo a nota oficial, trata-se de uma imagem antiga de David Almeida com sua filha, Fernanda Aryel

David Almeida e a filha, Fernanda Aryel. — Foto: Divulgação/PC-AM 

Outra foto, em que ambos aparecem juntos, foi registrada pela própria investigada em um espaço público, durante um momento comum em que o prefeito foi abordado por cidadãos para tirar selfies.

Foto: Divulgação/PC-AM 

Quase 30 anos depois, ainda juntos. Divergindo aqui e ali, mas sempre juntos. Não escolhi nascer numa família pública, nem todas essas responsabilidades vem com o meu sobrenome, mas escolhi seguir o coração e fazer sempre o bom, o justo e o melhor do mundo que a nossa família sempre fez muito bem”, escreveu a jovem em outra publicação. 

Entenda o caso

A educadora física Sophia Livas de Morais Almeida foi presa preventivamente na manhã desta segunda-feira (19/5), durante uma operação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), em Manaus. A investigação aponta que ela atuava como falsa médica há pelo menos dois anos, oferecendo atendimentos ao público e se apresentando como pesquisadora, mestre e doutoranda em medicina. 

Na residência da suspeita, a polícia apreendeu receituários médicos, crachás e outros documentos que reforçam sua atuação ilegal. Segundo o delegado responsável pelo caso, Sophia chegou a tratar indevidamente duas crianças com autismo, receitando medicamentos de tarja preta, “prática extremamente grave e perigosa”. 

Outras denúncias também surgiram: dois homens afirmaram ter recebido atestados médicos falsos da jovem, o que teria resultado em demissões por justa causa em seus respectivos locais de trabalho.

A polícia segue com as investigações para identificar outras possíveis vítimas da atuação ilegal de Sophia Livas.

A reportagem entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina (CRM) para saber se houve alguma investigação ou denúncia anterior sobre essa atuação irregular e quais medidas o conselho costuma adotar em casos como esse, para coibir o exercício ilegal da medicina, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

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