Nesta quarta-feira (09), o ex-ministro da Presidência do Níger, Rhissa Ag Boula, anunciou a criação do Conselho de Resistência para a República (CRR), uma entidade cujo objetivo é restabelecer a ordem constitucional no país e apoiar o ex-presidente deposto pelo levante, Mohamed Bazoum. Ag Boula, ex-líder da rebelião tuaregue nas décadas de 1980 e 1990, assinou uma carta criando o conselho e exigiu a prisão do líder militar que liderou o levante, Abdourahamane Tiani.
O ex-ministro também fez acusações contra a junta militar, alegando que eles estão praticando "manipulação de massas" e utilizando civis como milícias. Além disso, criticou a imposição de "ditaduras militares na região", fazendo referência a países como Mali e Burkina Faso, que manifestaram apoio ao Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP) e enviaram delegações ao Níger.
Enquanto isso, os governos do Mali e Burkina Faso ratificaram seu apoio à junta nigerina e apelaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para evitar uma intervenção no Níger por parte das forças do Conselho Econômico dos Estados da África Ocidental (Cedeo).
Por sua vez, os representantes do levante no Níger alegaram que as forças militares francesas atacaram a Guarda Nacional e violaram o espaço aéreo do país. De acordo com as denúncias, as posições da Guarda Nacional foram atacadas pelas forças francesas, que também liberaram terroristas detidos. Além disso, as forças francesas teriam tomado um avião militar da capital do Chade, N'Djamena, violando o espaço aéreo do Níger sem comunicação prévia com as autoridades de aviação.