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EUA tiveram participação importante em evitar golpe no Brasil

Ex-chanceler mexicano diz que Biden foi decepcionante na América Latina, exceto no Brasil

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August 21, 2023
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O ex-chanceler do México Jorge Castañeda disse em comentário ao canal CNN internacional que os Estados Unidos tiveram participação importante em evitar um golpe de Estado no Brasil em 8 de janeiro de 2023. Segundo o cientista político, os EUA foram responsáveis em "persuadir" as Forças Armadas brasileiras a não aderir aos atos golpistas.

Assista a entrevista na íntegra.

O comentário foi feito em uma transmissão da emissora que foi ao ar no sábado (19). Questionado sobre a importância da gestão do presidente norte-americano Joe Biden na manutenção de democracias na América Latina, Castañeda avalia a atuação do democrata como "decepcionante", mas destaca o Brasil como uma exceção:

"Com a exceção do Brasil, os Estados Unidos não foram uma fonte de força para a democracia na América Latina, em um momento que ela estava enfraquecida por todos esses eventos que nós vinhamos falando. No caso do Brasil, sim, os Estados Unidos convenceram, persuadiram as Forças Armadas brasileiras a não perseguir um golpe militar contra o presidente Lula, que foi eleito no final do último ano e tomou posse em primeiro de janeiro, e foi quase deposto em um golpe com grande participação militar em 8 de janeiro. Os EUA tiveram um importante papel em fazer com que isso não tivesse sucesso. Mas no caso do México, no caso de El Salvador e no caso de outros países, os Estados Unidos não vêm sendo uma presença forte pelo fortalecimento da democracia na América Latina."

Castañeda afirmou ainda que o governo Biden tem sido "muito inconsequente" na sua política para a América Latina e que não tem feito o suficiente para combater a influência da China na região. Ele também criticou o fato de Biden ter se recusado a receber o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador em Washington.

As declarações de Castañeda vêm em um momento em que a democracia na América Latina está sob pressão. Em vários países da região, houve recentes ataques às instituições democráticas, como no Brasil, no Chile e no Peru. Os comentários do ex-chanceler mexicano sugerem que os Estados Unidos podem não estar fazendo o suficiente para ajudar a proteger a democracia na América Latina.

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