Manaus tem crescido desordenadamente e cada vez mais carece de infraestrutura. A cidade necessita urgentemente da atualização do seu Plano Diretor Urbano, que, desde sua última revisão, permanece incompleto, sem seus planos complementares, como o Plano de Alinhamento e Passeio ou o Plano de Uso das margens dos cursos d’água.
O Instituto de Planejamento Urbano de Manaus (IMPLURB) tem se mostrado, nos últimos anos, o retrato da estagnação urbanística da cidade. O órgão, que tem como principal política pública pensar o futuro, pouco faz, resumindo-se a ser uma fábrica de emissão de licenças e coleta de taxas.
Como se não bastasse, o IMPLURB conseguiu se colocar no centro de dois crimes ambientais em suas obras: o Mirante da Ilha de São Vicente (também conhecido como Mirante Lúcia Almeida) e agora o Mirante do Encontro das Águas (ou Mirante Rosa Almeida, como querem nomear). Este último é Patrimônio Cultural e Natural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). As obras tiveram início sem a Licença de Instalação (LI) emitida pelo órgão competente (IPAAM).
A execução das obras do projeto de Oscar Niemeyer tem lançado toneladas de material, assoreando a margem do encontro das águas em Manaus, com imagens divulgadas pela própria prefeitura em seus canais oficiais.
A pergunta que fica é: até quando os responsáveis por fiscalizar as ações do IMPLURB (ou a falta delas) vão agir? A palavra está com o IPAAM, MP-AM, TCE e IPHAN.