Durante a 63ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), realizada nesta segunda-feira (11/8), vereadores comentaram o confronto ocorrido entre agentes da Guarda Municipal e ambulantes, que ocorreu no último dia 7 de agosto, nas proximidades da rua Henrique Antony, no Centro da capital.
O vereador Coronel Rosses (PL) relembrou a ação e criticou a forma como foi conduzida. Segundo ele, foram utilizados spray de pimenta, armamento pesado e espingardas calibre 12 contra ambulantes e camelôs. Além disso, informou ainda que o caso foi encaminhado ao Ministério Público.
“Iremos no MP junto com eles com esse ato truculento e desproporcional da prefeitura e que realmente o prefeito tenha um pouco de sensibilidade com essas pessoas e possa dar um amparo e um assistências para que ele possa sobreviver nesse meio tempo,” afirmou.

Ao ser questionado sobre a presença de imigrantes no Centro da capital, Rosses declarou que a maioria dos trabalhadores da região é formada por manauaras, sendo haitianos e venezuelanos a minoria.
“Essa é mais uma desculpa do prefeito para empurrar o problema para debaixo do tapete, evitando adotar uma solução técnica e prática que realmente resolva a questão, que sabemos impactar diretamente o Centro e as pessoas que circulam por ali”, destacou.
Durante o momento de fala na tribuna, o ambulante Antônio Carlos afirmou que “a corda sempre quebra para o lado mais fraco” e destacou que em nenhum momento os trabalhadores receberam algum tipo de aviso oficial sobre a ação da Prefeitura. Ele ressaltou ainda, a necessidade de poder trabalhar no Centro e lamentou a falta de diálogo com as autoridades, destacando que os ambulantes ainda aguardam respostas.

“Foi de uma maneira triste. Espero que os vereadores estejam me escutando. Quero, assim como todos, que o Centro seja regularizado. Tenho uma filha autista e todos os dias lutamos para levar comida para casa. Infelizmente, toda sociedade precisa de alimento. Infelizmente, vocês têm regalias e nós não temos. O prefeito se passa por cristão, mas, na minha opinião, não age como tal. Se tivessem coração, não nos tratariam daquele jeito. Faz sol, faz chuva, mas estamos lá lutando.” comentou.