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O julgamento de Christian Brückner, principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, foi adiado na Alemanha após seus advogados se oporem à participação de uma juíza na audiência por postagens feitas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os advogados alegaram que a juíza expressou opiniões “radicais” nas redes sociais e incitou a violência contra Bolsonaro em posts publicados em agosto de 2019. Ela faz parte de um painel de cinco juízes responsáveis por apreciar o caso, dos quais três são juízes profissionais e dois são cidadãos que atuam como juízes leigos.
Na mensagem, reproduzida pela juíza em inglês, português e alemão, a juíza disse que Bolsonaro “é o diabo”, disse que “ele destrói tudo” e incentivou atos violentos contra o ex-presidente.
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O processo foi suspenso enquanto as reivindicações eram examinadas e deve ser retomado em uma semana.
Brückner é acusado de três estupros e dois abusos sexuais ocorridos em Portugal entre 2000 e 2017, crimes que não têm relação com o desaparecimento de Madeleine, no qual ele nega envolvimento.
Madeleine tinha 3 anos quando sumiu de um apartamento de veraneio na Praia da Luz, em Portugal, em 2007. O caso teve grande repercussão mundial e, após 17 anos, ainda não foi solucionado.
Brückner foi apontado como principal suspeito pelo sumiço da menina por investigadores alemães em junho de 2020. As acusações que ele enfrenta no tribunal alemão dizem respeito a cinco crimes de natureza sexual cometidos em Portugal, incluindo o estupro de uma idosa, de uma adolescente e de uma irlandesa, além do abuso de duas crianças alemãs.
O julgamento está ocorrendo no Estado da Baixa Saxônia, no noroeste da Alemanha, onde Brückner foi oficialmente registrado como residente pela última vez. Ele poderá pegar uma pena de 5 a 15 anos de prisão se for considerado culpado, de acordo com o Código Penal alemão.