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Em 3 anos, registros de armas de fogo aumentaram 219% na Amazônia Legal

Escrito por
Redação
July 25, 2022
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<p>Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em junho passado, no Vale do Javari, no Amazonas, chamaram a atenção para a violência no Norte do Brasil. </p>

<p>O relatório Amazônia no Alvo, do Instituto Igarapé, mostra que a criminalidade na chamada Amazônia Legal é agravada pelo aumento de armas em circulação na região.</p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>O estudo aponta que as facilidades criadas pelo governo federal na política de acesso à armas ampliou em 130% as licenças para pessoas físicas no país.</p></blockquote>

<p>Na Amazônia Legal esse acesso chegou a 219%, no mesmo período, entre dezembro de 2018 e novembro de 2021. </p>

<p><strong>A Amazônia Legal é formada por nove estados:</strong> <strong>Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.</strong> A região tem 772 municípios e ocupa pouco mais de 5 milhões km², correspondentes a cerca de 58,9% do território brasileiro, que tem 8,5 milhões de km².</p>

<h2>Número de mortes</h2>

<p>Na contramão do país, <strong>as mortes por arma de fogo na Amazônia Legal cresceram 4% entre 2012 e 2020 </strong>— o número passou de 5.537 para 5.780.</p>

<p>Enquanto isso, no Brasil, houve queda de 15% no mesmo período. Passou de 40.071 para 33.993 mortes. </p>

<h2>Armas registradas</h2>

<p>Em 2018, o Brasil contava com 696.909 mil armas registradas por pessoas físicas nos sistemas de controle do Exército e da Polícia Federal. Passados três anos, mais um milhão de armas foram registradas, totalizando 1.605 milhão. </p>

<p><strong>Na Amazônia Legal, o número de armas passou de 57.737 armas registradas em 2018 para 184.181, em 2021. </strong></p>

<h2>Aumento de armas e conflito na região</h2>

<p>Para Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, há um ambiente propício ao conflito na região. </p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>"No lugar onde você tem baixa presença do estado, onde você tem um ambiente conflitivo muito grande, a arma de fogo é uma receita para o desastre".</p></blockquote>

<p>Em 2012, 14% dos homicídios com arma de fogo registrados no Brasil foram cometidos na Amazônia Legal. Oito anos depois são 17%. </p>

<p>A pesquisa também chama a atenção para a disparada do número de armas nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs. </p>

<p>Atiradores esportivos, por exemplo, podem ter até 60 armas — metade delas de uso restrito como os fuzis semiautomáticos.</p>

<p>Entre 2018 e 2021, os registros de armas para os CACs cresceram 464,4% nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. Foi a maior variação dentro da Amazônia Legal. <strong>Em todo o Brasil esse aumento foi de 126%. </strong></p>

<p>A caça é proibida no Brasil. A exceção é o javali, animal com pouca presença na região amazônica. </p>

<p>Segundo Melina Risso, ativistas e profissionais que trabalham denunciando crimes na região são as pessoas mais expostas à violência na Amazônia Legal que acontece tanto no campo quanto nas cidades. </p>

<p>"Nesse ambiente da Amazônia, com baixa presença do estado, com grande vulnerabilidade, o que a gente observa é um encontro de diversas redes criminosas. Então, o cenário é muito preocupante especialmente quando a gente começa a fazer um grande derramamento de armas de fogo, a violência só tende a ser mais letal", explicou Melina Risso. </p>

<p>Até o momento, o Exército e o Ministério da Justiça e Segurança Pública não se pronunciaram sobre o assunto.</p>

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<p>Fonte: <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/07/22/em-3-anos-os-registros-de-armas-de-fogo-aumentaram-219percent-na-amazonia-legal.ghtml" target="_blank" rel="noreferrer noopener">g1</a></p>

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