Em um documento divulgado nesta sexta-feira (26/07) pelo governo dos Estados Unidos, surgiram informações sobre uma campanha secreta promovida pelo Departamento de Defesa para desacreditar a Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, amplamente utilizada no Brasil.
O documento, divulgado pela agência Reuters, registra que “[o Departamento de Defesa] enviou mensagens ao público filipino questionando a segurança e a eficácia da Sinovac”. Além disso, o Pentágono admite que seus relatórios negativos sobre a vacina chinesa podem ter contido informações falsas. “Cometemos alguns erros nas nossas mensagens relacionadas com a covid-19”, diz um trecho do documento.
Após o vazamento, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Pete Nguyen, confirmou que o Pentágono realizou uma operação para distribuir “conteúdo nas redes sociais sobre segurança e eficácia das vacinas da Sinovac” durante o combate ao coronavírus. No entanto, Nguyen se recusou a confirmar se essa campanha seguia os mesmos termos expostos no diálogo entre autoridades do Pentágono e do governo das Filipinas, contidos no documento. Ele também não divulgou quais países foram alvo dessa campanha contra a Sinovac.
A matéria desta sexta-feira faz parte de uma investigação da Reuters, cujo conteúdo vem sendo publicado desde junho. A investigação revela como o Pentágono lançou, no auge da pandemia entre 2020 e 2021, uma operação psicológica para desacreditar as vacinas chinesas e todas as ações do governo chinês de ajuda no combate à covid-19.