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Despreparo e discursos robóticos marcam primeiro debate entre candidatos à prefeitura de Manaus

O debate contou com a participação dos quatros principais candidatos, sendo eles: Amom Mandel (Cidadania), Alberto Neto (PL), Roberto Cidade (União Brasil) e Marcelo Ramos (PT).

Escrito por
Rhyvia Araujo
August 09, 2024
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Foto: Youtube

No primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de Manaus, o que se viu foi um cenário marcado por despreparo e uma repetição de discursos robóticos. As discussões, que deveriam esclarecer as propostas, acabaram se perdendo em argumentos pouco aprofundados, além de contar com respostas superficiais. O debate, com a participação dos quatros principais candidatos, sendo eles: Amom Mandel (Cidadania), Alberto Neto (PL), Roberto Cidade (União Brasil) e Marcelo Ramos (PT), foi dividido em cinco blocos. Confira agora os melhores momentos.

Marcelo Ramos, do Partido dos Trabalhadores, adotou uma estratégia de emplacar feitos quando era deputado federal, como o programa “Prato Cheio”, do Governo do Amazonas. Ramos ainda direcionou críticas não só a Prefeitura de Manaus, como também ao Governo do Amazonas, tentando convencer o eleitor de que as opções que existem na disputa não irão trazer melhorias à capital amazonense.

“A prefeitura deixa 400 mil pessoas sem atendimento básico de saúde. Portanto, vocês são co-responsáveis pelo atual quadro da saúde pública. Me admira que o governo do Estado, que você apoia, não tenha construído nenhum hospital”, disparou Marcelo Ramos à Roberto Cidade.

Sem a presença de David Almeida (Avante), o debate se concentrou em torno de Roberto Cidade, que se tornou o principal alvo dos ataques dos candidatos. Cidade, no entanto, mostrou-se frequentemente nervoso, além de cometer diversos erros, deixando em evidência a falta de preparo para lidar com o pleito. Cidade ainda foi limitado ao dizer que estava pronto para comandar Manaus, mas não conseguiu aprofundar as propostas de forma convincente, nem explicar de onde obteria os recursos necessários para implementá-las. Tornando os discursos, além de repetitivos, robóticos. 

“Eu tô pronto pra trabalhar. Chegou mais uma eleição e 2024 vai ser o momento da mudança. Tenho compromisso de assumir a responsabilidade para trabalhar e melhorar a saúde de Manaus. Eu vou colocar 12 UPAS, 24 horas na cidade, com médicos, enfermeiros, exames básicos, remédios. Vou armar, equipar e aumentar o efetivo com mil homens. Vou matar a fome. Vou criar o auxílio municipal permanente para 50 mil pessoas. Tem que mudar o prefeito”, disse Roberto Cidade.

Outro exemplo de falha, foi ao discutir propostas para a Saúde. Enquanto era abordado possíveis tratamentos às pessoas do espectro autista, Cidade lembrou que possui um caso de autismo na família, mas acabou falhando grotescamente.

“Eu quero dizer para vocês, eu também sofro disso na minha casa. Infelizmente, o meu filho também é autista”, afirmou o candidato, que foi rebatido por Amom Mandel destacando que o diagnóstico “não seria algo negativo e nem deveria ser visto com tristeza”.  

Sem sair da bolha bolsonarista, Alberto Neto defendeu o armamento da guarda municipal, bem como a implementação de escolas cívico-militares.

“Vou dar um choque de realidade; vou dar ordem, um choque de gestão”, abordou Neto.

No entanto, o candidato a prefeito do PL, foi rebatido por Marcelo Ramos, que abordou a necessidade de integrar as políticas de segurança com ações sociais e educativas.

“As crianças precisam de escolas que despertem nelas o amor. Não precisam ficar fazendo manobras militares!”, destacou Ramos.

Amom Mandel, por sua vez, prometeu que, caso seja eleito prefeito da capital, o primeiro feito será revogar o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

“Eu tenho compromisso com essa cidade. O compromisso de, no nosso primeiro dia de gestão na Prefeitura de Manaus, reverter e anular esse aumento ilegal e criminoso do IPTU que afetou mais de 300 mil famílias nessa cidade”, declarou Mandel. Ele ainda disse que uma das prioridades será combater a corrupção dentro do Executivo.

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