Trabalhadores terceirizados que atuam no Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, localizado na zona Leste de Manaus, reclamam que ao menos 50 deles estão com salários atrasados há mais de cinco meses, e alegam descaso por parte do Governo do Amazonas e das empresas MKN Serviços Empresariais LTDA e FK Gestão Empresarial, além de ameaças e intimidações.
O caso surge em meio a uma crise na saúde que o Estado vem passando, com falta de pagamento para diversos cargos da área e até mesmo falta de insumos para hospitais.
UMA MARMITA
Os profissionais, que não quiseram identificar-se por medo e por coações do RH, informaram que há desvio de função, sobrecarga e também são obrigados a utilizar a própria roupa, pois as empresas não fornecem o uniforme adequado.
“Ninguém dá uma resposta. Tem pessoas que precisam pagar o aluguel e não têm como, porque a gente tá trabalhando praticamente como escravo. Muitas das vezes a gente não é respeitado, a gente é humilhado se a gente falar, nós somos prejudicados, somos mandados para o RH”, disse uma das funcionárias.
Um dos empregados disse receber apenas a passagem de ônibus e alimentação como pagamento. “Eles pagam só vale transporte e eu tenho direito a uma marmita. Eu trabalho 12 horas, e a marmita é péssima”.
GRÁVIDA E DESPEJADA
Outra funcionária expressou desespero por estar sendo despejada do lugar em que mora por aluguel atrasado e não ter como pagar. “Tô grávida e tô sendo despejada da minha casa, pois, estou cinco meses sem receber e o homem do aluguel não quer saber, ele quer saber do dinheiro dele”.
PROMESSA DO GOVERNO
O governador, Wilson Lima, em entrevista à Rede Amazônica na manhã desta quarta-feira (17), afirmou que conversou com as cooperativas médicas e que os valores referentes ao meses de outubro e novembro de 2023 serão pago nos próximos dias 22 e 25 de janeiro, e que a Secretaria de Saúde do Estado (SES-AM) irá reunir-se com as cooperativas para definir quando serão feitos os próximos pagamentos.
Segundo Lima, os valores não foram repassados devido a uma queda na arrecadação de cerca de R$ 500 milhões no último trimestre de 2023.
O Diário da Capital tentou entrar em contato com a assessoria do Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado e com as duas prestadoras de serviços citadas na matéria, para esclarecimentos a respeito da reclamação dos funcionários, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.