Um relatório divulgado pelo Ministério da Fazenda, com base nos dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2021 e 2022, revela uma desigualdade significativa na distribuição de renda e riqueza no Brasil.
De acordo com o estudo, 10% dos declarantes do Imposto de Renda concentram mais da metade (51%) da renda total do país em 2022. Em contraste, pouco mais da metade dos declarantes, com renda inferior, representa apenas 14% do total de ganhos. Em 2022, cerca de 38,4 milhões de contribuintes apresentaram a declaração do IRPF, correspondendo a 35,6% da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil.
No que diz respeito à riqueza, que inclui bens e direitos declarados no IR, a concentração é ainda mais pronunciada. Os 10% mais ricos detêm 58% da riqueza nacional.
A isenção de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos, remuneração dos acionistas de empresas, representa a maior fatia das isenções, chegando a 35% do total. O debate sobre essa isenção está em curso no Congresso Nacional. A segunda maior isenção ocorre para pequenas e microempresas optantes do Simples.
O estudo destaca também a desigualdade de gênero na concentração de renda. Embora as mulheres representem 51% da população em idade ativa no país, apenas 43% delas declararam o imposto. Das pessoas que declararam renda, apenas 37% são mulheres, enquanto quase 63% são homens.