O avanço da Inteligência Artificial (IA) terá implicações para 40% dos empregos em todo o mundo, especialmente nas economias avançadas, afirmou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
Em entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP), Georgieva destacou que os impactos não são necessariamente negativos, podendo resultar em "aumento dos rendimentos". A análise é baseada em um relatório divulgado pelo FMI antes das reuniões do Fórum Econômico Mundial em Davos, que começam nesta segunda-feira (15) na Suíça.
A diretora-geral explicou que os efeitos da IA podem variar, desde o possível desaparecimento de alguns empregos até a melhoria de outros. No entanto, ela alertou para a possibilidade de a tecnologia agravar as desigualdades salariais, afetando principalmente a classe média.
O relatório ressalta que a IA pode resultar em ganhos salariais desproporcionais para os trabalhadores com rendimentos mais elevados, enquanto a classe média pode enfrentar desafios. Georgieva enfatizou a importância de priorizar a assistência aos trabalhadores afetados e de "compartilhar os ganhos de produtividade".
O FMI destacou que Singapura, Estados Unidos e Canadá são os países mais bem preparados até o momento para a integração da IA. Georgieva enfatizou a necessidade de concentrar esforços nos países de renda mais baixa, visando evitar o abandono escolar e garantir que essas nações aproveitem as oportunidades oferecidas pela inteligência artificial.
Em um contexto de desaceleração do crescimento global, a diretora-geral destacou a importância de elementos que impulsionam a produtividade, sendo a IA uma oportunidade potencial para todos.