Pesquisadores do Laboratório de Paleobiologia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) revelaram a descoberta de uma nova espécie de anfíbio gigante, batizado de Kwatisuchus rosai, em uma fazenda na área rural de Rosário do Sul, no interior do Rio Grande do Sul. O fóssil, datado de aproximadamente 250 milhões de anos, proporciona insights sobre o ecossistema do período Triássico.
O Kwatisuchus, pertencente ao grupo dos temnospôndilos, media cerca de 1,5 metros, sendo considerado de médio porte, uma vez que os maiores atingiam 5 metros. Os temnospôndilos eram animais carnívoros, adaptados a ambientes aquáticos e terrestres, e tornaram-se abundantes após a maior extinção em massa da história, no início do período Triássico.
A descoberta foi marcada por emoção e surpresa entre os pesquisadores. O crânio do Kwatisuchus foi encontrado em excelente estado de preservação, permitindo uma análise detalhada. O nome "Kwati" faz referência ao termo Tupi para "focinho comprido", enquanto "rosai" homenageia o paleontólogo Átila Stock Da-Rosa, pioneiro na localização de sítios fossilíferos da idade em questão.
Um aspecto intrigante da descoberta é a conexão com parentes na Rússia. Durante o período Triássico, os continentes estavam unidos no supercontinente Pangeia, diminuindo a distância entre o Brasil e a Rússia. Apesar das barreiras geográficas, a similaridade com espécies russas instiga estudos sobre como essas conexões ocorreram.
O estudo, publicado na revista científica The Anatomical Record, destaca a relevância do fóssil para compreender as condições pós-extinção e ampliar o conhecimento sobre a fauna do período Triássico. A descoberta é apoiada por um financiamento de pesquisa Lemann-Brasil, concedido à professora Stephanie Pierce, da Universidade de Harvard, em colaboração com pesquisadores da Unipampa e da Universidade de Princeton.