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Desaparecidos no AM: membro de organização diz que autoridades ignoraram informações sobre suspeitos que ameaçaram Bruno Pereira 

Escrito por
Redação
June 08, 2022
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<p>O assessor jurídico Eliesio Marubo, da organização indígena União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), diz que autoridades que atuam nas buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos no Amazonas, ignoraram informações sobre suspeitos. </p>

<p>Ao <a href="https://g1.globo.com/am/amazonas/">g1</a>, Eliesio Marubo disse que a organização criou uma sala de situação para ajudar os órgãos oficiais e indicar nomes de suspeitos que já haviam ameaçado Bruno Pereira no passado. Mas, segundo ele, nenhuma das autoridades participou da reunião na manhã desta terça-feira (7). </p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>"Tenho percebido que as autoridades vieram para cá, mas não conversaram conosco. (...) Agendamos com a Polícia Federal, com a Marinha, e com o comando da Polícia Militar do Amazonas, às 8h aqui [desta terça-feira, 7 de junho]. Ainda não apareceu nenhum deles aqui. A intenção seria, a partir dessa sala, iniciar a coordenação dos trabalhos e informar o nome dos suspeitos e indicar onde eles podem ser encontrados", afirmou.</p></blockquote>

<h2>‘Quadro perverso’: três décadas de retrocesso</h2>

<p>“O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990”, destacou a rede PENSSAN ao divulgar o resultado de seu segundo inquérito. O levantamento anterior havia apontado que o cenário da fome no país remontava ao que era observado em 2004. </p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>“A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, enfatizou a entidade.</p></blockquote>

<p>Bruno Pereira é apoiador da Univaja em trabalhos pontuais. </p>

<p>A reportagem procurou a Polícia Federal(PF), a Marinha e a Polícia Militar para comentar as críticas. A Marinha afirmou que acredita "que a informação esteja equivocada" e não publicou nota. </p>

<p>O coronel do Comando Militar da Amazônia (CMA), André Terra, disse que é preciso ver com quem os representantes da Univaja entraram em contato. Segundo ele, "a preocupação do Exército nesse momento são as buscas, e qualquer informação nesse sentido é de grande importância". </p>

<p>"É preciso ver quem foi contactado, porque não chegou esse pedido aqui conosco. Se nós formos contactados não tem nenhum problema em participar. Estamos para ajudar", disse o Exército, em nota. </p>

<p>A PF não respondeu à reportagem até a última atualização. </p>

<h2>Ameaças </h2>

<p>Segundo o assessor jurídico, um dos suspeitos chegou a ameaçar Bruno diretamente. </p>

<blockquote class="wp-block-quote"><p>"Perguntou quem era o Bruno e disse que queria conhecê-lo para saber se ele era realmente bom de tiro. [Bruno] tinha porte de arma, andava armado e atirava muito bem. Os outros suspeitos já ameaçaram dois colaboradores nossos em razão das atividades e falaram para tomar cuidado com as atividades senão acabariam igual um servidor da Funai que foi morto em Tabatinga no ano passado", contou.</p></blockquote>

<p>"Temos bastante prova, bastante materialidade do que possa ter acontecido". </p>

<p>O desaparecimento de Bruno fez com que Eliesio e outras lideranças indígenas reforçassem a segurança pessoal com medo de atentados. Ele também disse que o clima na região é tenso. </p>

<p>"Estou andando com quatro seguranças. Em Tabatinga, acabo andando de carro blindado para garantir o nosso trabalho. (...)A Polícia Militar, no entanto, está nos ajudando bastante", disse. </p>

<h2>Desaparecidos desde domingo</h2>

<p>Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez quando chegaram à comunidade São Rafael por volta das 6h de domingo (5), onde conversaram com a esposa do líder comunitário apelidado de 'Churrasco'. De lá, eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino. </p>

<p>Conforme informações da Univaja, o indigenista vinha sofrendo ameaças. </p>

<h2>Exército</h2>

<p>No fim da manhã desta terça, o Comando Militar da Amazônia (CMA) informou que está somando esforços no local onde houve o desaparecimento. "As buscas iniciaram nesta segunda-feira, na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, e seguem de forma ininterrupta por meio terrestre e fluvial empregando militares combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva", diz a nota.</p>

<p>A Marinha ainda não divulgou novas informações sobre as buscas. Na segunda-feira (6), a instituição destacou que as buscas continuariam nesta terça-feira (7) com um helicóptero, duas embarcações e uma moto aquática.</p>

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<p>Fonte: <a href="https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/06/07/desaparecidos-no-am-membro-de-organizacao-diz-que-autoridades-ignoraram-informacoes-sobre-suspeitos-que-ameacaram-bruno-pereira.ghtml" target="_blank" rel="noreferrer noopener">g1</a></p>

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