Matérias
Política

David Almeida responsabiliza governo do estado e federal pelas queimadas: “fizemos a nossa parte”

Escrito por
Rhyvia Araujo
August 12, 2024
Leia em
X
min
Compartilhe essa matéria
Foto: Divulgação/Semcom

Manaus entrou em estado de mobilização, após uma densa nuvem de fumaça encobrir a cidade por três dias consecutivos. Em coletiva, nesta segunda-feira (12), o prefeito David Almeida, responsabilizou o Governo do Amazonas e o Governo Federal pela situação severa que o Estado se encontra. Segundo Almeida, a crise já era um cenário esperado, no entanto, ele assegurou que a Prefeitura de Manaus já está fazendo as ações de enfrentamento em que é atribuída.

“A capital está sendo punida pela ineficiência de quem deveria cuidar da saúde de todos. Naquilo que se atribui ao município, nós fizemos a nossa parte, cabe ao governo federal e estadual implementar políticas públicas que possam ajudar os municípios que têm menos condições de poderem atuar de forma exitosa como Manaus atua. Nós fizemos a nossa parte, mas não é do dia pra noite, nós estamos há 3 anos atuando”, comentou Almeida.

Desde o sábado (10), a cidade tem enfrentado uma intensa “neblina” que resultou em índices de poluição do ar classificados como extremamente prejudiciais em várias áreas da capital. Nesta segunda-feira (12), a qualidade do ar na capital é considerada “muito ruim”, conforme o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). Ainda de acordo com Almeida, as condições do clima em Manaus tendem a piorar.

“Temos medicamentos, temos pessoal, é óbvio que vai aumentar o índice de números. Nós vamos estar monitorando, passando as informações diariamente. A semana que se avizinha de uma forma preocupante, então evitar (por exemplo) exercícios ao ar livre”, disse Almeida.

Conforme a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), a situação é provocada pelas queimadas no sul do Amazonas. A Defesa Civil do Estado informou que uma frente fria chegou ao sul do estado e mudou a rota dos ventos, levando a fumaça das queimadas para a região metropolitana.

Como parte das medidas emergenciais, o prefeito revelou a formação de um Comitê Especial de Combate às Queimadas, a emissão diária de boletins informativos, campanhas de sensibilização em áreas públicas e o reforço da fiscalização pela Guarda Municipal Ambiental. Além de orientação para evitar o uso de fogo na preparação do solo, proibição da queima de resíduos de produção e a promoção de métodos alternativos para a agricultura.

Câmara Municipal de Manaus pede explicações

O fumacê também refletiu na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e questionamentos quanto ao combate da crise foram levantados pelos vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas), William Alemão (Cidadania) e Capitão Carpê (PL). Por outro lado, parlamentares da base aliada reforçaram que o momento não pede politicagem, além de atribuirem a culpa aos agricultores da zona rural de Manaus.

“A gente não pode fazer politicagem em cima disso. Os maiores causadores dos problemas são os próprios seres humanos. É notório que as queimadas são feitas por seres humanos. Pude constatar diversas queimadas, diversas queimadas e as pessoas se aproveitando do momento de sol do momento de verão para queimar alguns para fazer as suas plantações, outros não simplesmente para limpar o terreno, porque é mais fácil queimar do que cortar”, disse Raulzinho em plenário.

Alemão, no entanto, questionou a destinação de verbas para os pequenos agricultores e disse ser inadmissível culpar os pequenos produtores pela fumaça em Manaus.

“Onde estão os bilhões para ajudar a agricultura familiar? É fácil falar que a culpa da fumaça em Manaus é do caboclo, que tá lá plantando pra sustentar a família. A solução existe, falta visão política dos administradores municipal, estadual e federal”, rebateu Alemão. 

Em seguida, Wallace Oliveira (DC) lembrou aos presentes que David Almeida já está tomando providências para amenizar a crise. “O prefeito de Manaus já deu uma coletiva nesse sentido, antecipando todo esse processo, falando das ações que a Prefeitura de Manaus vai estar fazendo no combate a essa situação caótica que estamos vivendo”, disse Oliveira.

Ainda na manhã desta segunda-feira (12), o vereador Capitão Carpê apresentou o requerimento nº 15.455, para questionar a Prefeitura de Manaus sobre como está enfrentando o caso. Em entrevista ao diário, Carpê comentou que um dos questionamentos é o baixo orçamento da Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmas Clima).

“Queremos saber ações de curto e longo prazo, saber por que o orçamento da SEMMAS é de apenas R$ 23 milhões. A verdade é que a única coisa que mudou, a meu ver, foi o nome da secretaria: passou de SEMMAS para SEMMASCLIMA, mas a estrutura continua sendo insuficiente. É um dos menores orçamentos, com somente 23 milhões de verba para atuar. Isso é absurdo” classificou.

Com o requerimento aprovado pelos vereadores da CMM por unanimidade, agora o documento seguirá para o executivo municipal dar respostas aos questionamentos levantados pelo parlamentar.

Ainda assim, no dia 10 de junho, a CMM irá realizar uma audiência pública para tratar do Plano de Ação Climática de Manaus.

No items found.
Matérias relacionadas
Matérias relacionadas