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Coreografia LGBTQIA+ impressiona  e emociona na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris

Em meio a medidas de segurança rigorosas, a cerimônia trouxe momentos de celebração ao amor e à liberdade.

Escrito por
Redação
July 27, 2024
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Foto: Tingshu Wang - 26.jul.24/Reuters

Quando foi anunciado que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris seria às margens do rio Sena, muitos comemoraram e imaginaram um evento mais democrático. No entanto, o medo de ataques terroristas forçou um esquema de segurança que afastou o público, deixando muitos frustrados e perdidos com a falta de informação.

Desde cedo, as nuvens cinzentas mostravam que a capital francesa, conhecida como Cidade Luz, teria um dia diferente. Enquanto pela televisão a abertura da Olimpíada empolgava, o sentimento de frustração tomou conta de quem tentou sentir a festa ao vivo.

Desde as primeiras horas do dia, turistas procuravam informações sobre onde poderiam se reunir para acompanhar o evento em frente a grandes telões. Vestidos com as cores de seus países, eles queriam celebrar o momento olímpico em conjunto após ficarem fora da festa de Tóquio-2020 devido à pandemia da COVID-19. Porém, essa missão tornou-se quase impossível.

Inicialmente, alguns pontos do Sena foram liberados para pessoas com credenciais ou comprovantes de hospedagem em Paris para a Olimpíada. Era necessário apresentar passaporte e passar por uma rígida vistoria. No entanto, a 10 minutos do início da cerimônia, grupos de policiais partiram em bloco, fazendo uma varredura e encurralando um grande grupo de pessoas na região do Hôtel de Ville. Após caos e indicações contraditórias, o capitão anunciou que todos deveriam deixar o local. Nesse momento, chovia forte na capital francesa.

A solução foi se amontoar em frente a um dos 80 telões posicionados ao longo do percurso para ver a cerimônia. “O Rio-2016 foi muito mais organizado”, comentou uma capixaba. “Ninguém sabe dizer onde podemos ficar”, reclamou outro torcedor brasileiro. Vestidos com camisas e bandeiras verde e amarelo, eles transformaram a frustração em festa e gritaram mais alto que os franceses quando o barco do Time Brasil passou.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi o trecho chamado “Amores Parisienses” do quadro “Liberdade”, dirigido por Thomas Jolly. O diretor artístico, que revelou ter sido assediado quando adolescente por sua homossexualidade, trouxe à cena “uma Paris em que o desejo se afirma e se expressa”, segundo o documento que apresenta o desenvolvimento do espetáculo.

Após uma “coreografia sensual e aérea que evoca como se gera o desejo”, interpretada por dançarinos com roupas nas cores arco-íris da bandeira LGBTQIA+, dois homens se beijam e um trio se tranca em um quarto. Esse ato, carregado de simbolismo, celebrou a diversidade e o amor em todas as suas formas, emocionando os espectadores.

Apesar da festa, a maioria desistiu de acompanhar a cerimônia embaixo de chuva. Além disso, a decepção era evidente, já que as atividades aconteciam em pontos distantes, não permitindo sentir a emoção do momento. Talvez, essa seja a melhor definição: faltou alma para uma cidade que transborda amor e encanto.

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