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Consumo mundial de carvão atingiu recorde em 2023, contrariando compromissos da COP28

Apesar dos compromissos da conferência climática da ONU, a queima de carvão aumentou

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December 27, 2023
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O consumo global de carvão atingiu um recorde alarmante de 8,53 bilhões de toneladas em 2023, conforme relatório recente da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado dois dias após o encerramento da COP28. Este resultado representa um aumento em relação ao recorde estabelecido em 2022, contrariando os compromissos assumidos pelos países participantes na conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que buscavam realizar uma transição para energias mais limpas.

A queima de carvão, responsável por uma parcela significativa das emissões de dióxido de carbono (CO2), continua a desafiar os esforços globais para combater as mudanças climáticas. O aumento do consumo, mesmo após acordos como os estabelecidos na COP26 em 2021, destaca a complexidade e a urgência da transição para fontes de energia mais sustentáveis.

O relatório da AIE destaca uma tendência de alta no consumo de carvão na China, com um aumento de 220 milhões de toneladas (4,9%) em comparação com o ano anterior, e na Índia, com um avanço de 98 milhões de toneladas (8%). A Indonésia também registrou um aumento de 11%, queimando 23 milhões de toneladas adicionais de carvão.

Em contrapartida, o uso de carvão diminuiu consideravelmente na Europa, com uma redução de 107 milhões de toneladas (-23%), e nos Estados Unidos, onde houve uma diminuição de 95 milhões de toneladas (-21%). O fechamento de centrais de carvão e a redução do peso da indústria foram fatores contribuintes para essa tendência em ambas as regiões.

O relatório indica que 2023 representará um pico no consumo de carvão, prevendo uma diminuição a partir de 2024. Projetos de expansão das energias renováveis globalmente são destacados como essenciais para iniciar uma trajetória descendente no consumo de carvão. No entanto, a AIE não antecipa uma redução significativa do uso do carvão na indústria.

Situações paradoxais foram observadas em alguns países, como a Indonésia, onde o aumento do consumo de carvão está ligado ao boom na extração de níquel para a produção de baterias de carros elétricos. A China continua sendo o maior consumidor global de carvão, representando 54% do consumo mundial, embora a AIE preveja uma redução nos próximos dois anos, com a Índia assumindo a liderança a partir de 2026.

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