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Comitê exige investigação sobre prefeituras do AM que ganham royalties

O comitê pede uma fiscalização extraordinária nos municípios com intuito de esclarecer como os recursos estão sendo gastos

Escrito por
Rhyvia Araujo
August 03, 2023
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Um pedido de investigação sobre os municípios amazonenses que recebem royalties mesmo sem produzir petróleo foi protocolado pelo Comitê Amazonas de Combate à Corrupção no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), nesta última quarta-feira, 2. Conforme revelou o jornal O Estado de São Paulo, as prefeituras acessam o dinheiro através de decisões judiciais e não esclarecem como o aplicam.

Em representação enviada ao procurador-geral de Justiça do Amazonas, Alberto Nascimento Júnior, o comitê pede uma fiscalização extraordinária nos municípios com intuito de esclarecer como os recursos estão sendo gastos e verificar a regularidade das condições da contratação de escritório de advocacia que tem atuado para esses municípios e recebido milhões em honorários.

“O comitê recebeu denúncia tratando da falta de transparência ou da transparência precária de algumas prefeituras do interior do Estado do Amazonas quanto à utilização de verbas provenientes de royalties do petróleo que foram destinadas aos municípios do Amazonas extraordinariamente, por meio de decisões judiciais, nos anos de 2022 e 2023”, diz a entidade.

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, as decisões judiciais proferidas por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) driblam a lei e têm sido obtidas por um lobista condenado por estelionato e investigado pela Polícia Federal (PF) por lavagem de dinheiro que coordena advogados recém-formados e sem experiência no setor.

Conforme a reportagem, as decisões já renderam um total R$ 125 milhões a prefeituras do Amazonas, Pará e Alagoas. O grupo de advogados chegou a faturar R$ 25,7 milhões em honorários.

De 21 cidades beneficiadas com decisões judiciais, 16 são do Amazonas. Confira na íntegra os munícipios envolvidos:

·     Alvarães (AM)

·     Atalaia do Norte (AM)

·     Barra de São Miguel (AL)

·     Barreirinha (AM)

·     Boca da Mata (AL)

·     Borba (AM)

·     Franquinha (AL)

·     Faro (PA)

·     Fonte Boa (AM)

·     Ilha das Flores (SE)

·     Itamarati (AM)

·     Juruá (AM)

·     Jutaí (AM)

·     Manacapuru (AM)

·     Nhamundá (AM)

·     Novo Airão (AM)

·     Rio Preto da Eva (AM)

·     Santa Isabel do Rio Negro (AM)

·     São Gabriel da Cachoeira (AM)

·     São Paulo de Olivença (AM)

·     Tabatinga (AM)

Defesa

A Associação Amazonense dos Municípios (AAM) defendeu os repasses. Segundo a entidade, os municípios “possuem instalações de controle de pressão, chamadas citygates”, e por esse motivo, “buscam o Poder Judiciário para se verem no direito de receber valores de royalties”.

“Vários municípios de nosso país, procuram o Poder Judiciário, pelo simples fato das tubulações de produtos minerais cruzarem seus territórios e não poderem dar um destino social pela área afetada, ou seja, se tudo isso não for considerado para serem ressarcidos diretamente pela ANP, de algo que é da União, somente e principalmente o Poder Judiciário para declarar ou não tal direito”, justifica.

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