O tenente-coronel Leandro Benevides Ferreira de Souza e o major Simão Louzada Bulbol, responsáveis pelo Curso de Formação da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), foram exonerados de seus cargos após episódios de abuso de autoridade e assédio contra alunas. As denúncias incluem pressão psicológica, discriminação e minimização de tragédias.
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O major Bulbol foi acusado de pressionar psicologicamente as mulheres no curso, fazendo pouco caso da morte de uma aluna e expondo alunas por vestirem calças que ele considerou inapropriadas. Após o afastamento de uma aluna devido a problemas psicológicos, o oficial tirou férias de 30 dias, medida vista por fontes como uma forma de acalmar a situação.
Ao retornar, o major Bulbol minimizou a tragédia da morte da aluna em seu discurso para os alunos, o que gerou revolta entre os estudantes. Além disso, o comandante do curso foi acusado de tomar medidas discriminatórias e punitivas em relação às mulheres, incluindo a exigência de que usassem calças masculinas e a culpabilização das vítimas de assédio sexual.
A situação ganhou repercussão após o relato de uma aluna nas redes sociais, o que levou à exoneração de Bulbol e de Benevides de seus cargos. Ambos serão substituídos pelos policiais militares tenente Idevandro Ricardo Colares dos Santos e major Rafael Gonzaga Pinheiro.
Além dos casos de assédio, os alunos também enfrentam condições desumanas, como ficar em pé por três horas sem poder beber água ou ir ao banheiro, e a exigência de fazer exercícios físicos como condição para poder almoçar.
Essa não é a primeira vez que o Curso de Formação da PM do Amazonas é alvo de denúncias de abuso. Em dezembro de 2023, foram revelados abusos físicos e psicológicos praticados por agentes da SSP-AM contra os alunos.