Os chilenos rejeitaram, em plebiscito neste domingo (17), uma nova Constituição conservadora para substituir o texto atual da era da ditadura de Augusto Pinochet. Com 99,65% das urnas apuradas, 55,76% votaram contra a mudança, enquanto 44,24% foram a favor.
Este é o segundo projeto de Constituição rejeitado pelos eleitores em pouco mais de um ano, refletindo a polarização no país desde os protestos contra a desigualdade em 2019. O presidente Gabriel Boric destacou que o resultado mostra que o processo "não canalizou as esperanças de ter uma nova constituição escrita por todos".
Boric reiterou que seu governo não buscaria uma terceira reescrita e avançaria com a reforma previdenciária e tributária através da legislatura. “O que os cidadãos exigem é uma melhor capacidade de diálogo, de consenso, mas acima de tudo de ação”, disse Boric.
O plebiscito visava substituir o texto da ditadura de Pinochet, que durou de 1973 a 1990. A primeira tentativa ocorreu em 2022, mas o texto mais progressista foi rejeitado. Agora, a proposta mais conservadora, elaborada por uma assembleia dominada pela direita, também foi descartada pelos chilenos.
