Justiça

Caso Deusiane: começa hoje julgamento dos acusados de matar policial militar

A sessão ocorre nesta segunda-feira (29/9), quase dez anos após o crime, registrado em abril de 2015

Escrito por Redação
29 de setembro de 2025
Foto: Raphael Alves

Nesta segunda-feira (29/9), tem início, no Fórum Ministro Enoch Reis, em Manaus, o julgamento dos cinco acusados de envolvimento na morte da policial militar Deusiane da Silva Pinheiro. A sessão ocorre quase dez anos após o crime, registrado em abril de 2015.

O ex-cabo da Polícia Militar Elson dos Santos Brito é apontado pelo Ministério Público como o autor do disparo que matou a policial. Também serão julgados os policiais:

  • Jairo Oliveira Gomes;
  • Cosme Moura Souza;
  • Narcízio Guimarães Neto;
  • Júlio Henrique da Silva Gama. 

Eles respondem por falso testemunho e por tentativa de acobertar o crime.

Foto: Raphael Alves

A mesa julgadora é composta pelo presidente, juiz Alcides Carvalho Vieira Filho, e por quatro oficiais da Polícia Militar do Amazonas (PMAM): o tenente-coronel Wagner Rodrigues; major PM Júlio Wolff; a major PM Clésia de Oliveira e a capitã PM Andreia Carla Santiago.

Sobre o caso 

Deusiane foi morta com um tiro em 1º de abril de 2015, dentro da base flutuante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, no bairro Tarumã, na zona Oeste de Manaus. Na ocasião, ela e Elson estavam no piso superior da base, enquanto os outros policiais estavam no andar inferior. Segundo depoimentos, os colegas afirmam ter ouvido um disparo e, ao subirem, encontraram Deusiane ferida no chão com uma arma ao lado.

Os réus sustentam a versão de que a policial cometeu suicídio. No entanto, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) e a assistência de acusação afirmam que provas foram forjadas. Um laudo pericial indicou alteração no ferrolho da arma utilizada, o que levanta dúvidas sobre a tese de suicídio.

Foto: Raphael Alves

De acordo com a denúncia do MPAM, Deusiane e Elson mantinham um relacionamento considerado conturbado. O promotor Edinaldo Aquino Medeiros afirma que, à época, Elson havia reatado com uma ex-companheira, mas tentava manter contato com a policial, o que teria gerado conflitos.

Antônia Assunção, mãe de Deusiane — Foto: Raphael Alves

A mãe da vítima, Antônia Assunção, discorda da versão apresentada pela defesa dos policiais. Em abril deste ano, ela foi ouvida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e afirmou acreditar que a filha foi vítima de um plano dentro da corporação, por não concordar com determinadas condutas. Ela também defende que o caso seja transferido para a Justiça Federal.

“Aqui, a justiça nunca chegou. Estou há nove anos dentro de casa, porque posso ser fuzilada. Minha família pode ser fuzilada. Peço que a senhora presidente da comissão olhe com carinho e me ajude nesta situação. Me ajude a conseguir essa audiência com o ministro”, explicou a mãe de Deusiane.

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