<p>Roubo e furto de cabos de telecomunicações voltaram a crescer em 2022 no Brasil, de acordo com dados divulgados pela Conexis, representante das operadoras Claro, Oi, TIM, Vivo, Algar e Sercomtel. Foram roubados ou furtados 4,72 milhões de metros de cabos, o que corresponde a um aumento de 14% em relação a 2021. São Paulo lidera o ranking dos estados que mais sofrem com esses crimes.</p>
<p>A Conexis Brasil Digital estima que a quantidade de cabos furtados e roubados em 2022 poderia cobrir o país de norte ao sul em linha reta, do Monte Caburaí (RR) ao Arroio do Chuí (RS). Cerca de 7 milhões de pessoas ficaram sem acesso a serviços básicos de comunicação, como o contato com a polícia, bombeiros e emergência médica.</p>
<p>A interrupção do serviço de internet prejudica a rotina dos clientes das operadoras, especialmente quem trabalha no modelo home office. A game producer Bianca Mendes Rati, moradora de Curitiba, capital do Paraná, o estado que teve 1,01 milhão de metros de cabos furtados ou roubados no ano passado, relatou que os roubos na sua vizinhança se intensificaram no último trimestre de 2022. "Teve uma semana que [o roubo de cabos] aconteceu de segunda para quarta. A empresa veio e consertou. Na sexta-feira, eles roubaram novamente".</p>
<p>O relato mostra que todos sofrem com os danos patrimonial e financeiro, tanto os consumidores de telefonia e internet que são privados do serviço pago quanto as operadoras que arcam repetidamente com o reparo dos cabos e equipamentos. Além disso, o estresse gerado pela interrupção no serviço de internet é o que leva muitos consumidores a trocarem de prestadoras de telecomunicação após identificar quais operadores mais sofrem com os roubos de cabo na região em que vivem.</p>
<p>Os estados mais afetados pelo roubo de cabos de telecomunicações são São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo. O roubo de cabos é um problema recorrente no setor, pois os cabos são feitos com cobre, material cujo valor de mercado é alto e pode ser vendido facilmente em empresas de reciclagem e ferro-velho. Além do lucro indevido com a venda do cobre, o furto e o roubo de cabos e equipamentos também servem de matéria-prima para provedores clandestinos de internet e telefonia que se instalam em locais dominados pelo crime organizado.</p>
<p>Apesar dos números alarmantes, a aproximação do setor telecom com as autoridades públicas no combate ao roubo, furto e vandalismo na rede de cabos vem demonstrando resultados positivos, principalmente no Rio de Janeiro. O estado carioca vem se destacando com a redução de ocorrências desse tipo de crime desde 2020, quando ocupava o segundo lugar no ranking nacional. Em 2021, foram 504,1 mil metros de cabos de telecom furtados ou roubados e 280,4 mil metros em 2022 – representando uma queda de 44,3%.</p>