Nesta segunda-feira (28), o Brasil foi retirado novamente do Mapa da Fome, segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), após ter voltado à lista em 2022, o país agora está fora da zona de insegurança alimentar grave, com menos de 2,5% da população em risco de subnutrição, segundo dados da FAO, agência da ONU para Alimentação e Agricultura.
Essa conquista reflete avanços importantes em políticas públicas voltadas à redução da pobreza, à geração de emprego e renda, ao fortalecimento da agricultura familiar e à ampliação do acesso a alimentos saudáveis, especialmente por meio da alimentação escolar.
O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” (SOFI 2025), apresentado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, destaca que o Brasil conseguiu essa reversão em apenas dois anos, após um período crítico entre 2018 e 2021, quando houve retrocessos devido ao desmonte de programas sociais.
De acordo com dados do IBGE, em 2023, cerca de 24 milhões de brasileiros foram retirados da insegurança alimentar grave. Além disso, a pobreza extrema atingiu seu menor índice histórico em 2023, com 4,4% da população, o que representa uma redução de quase 10 milhões de pessoas desde 2021.
O mercado de trabalho também apresentou sinais positivos em 2024, com a taxa de desemprego em 6,6%, a mais baixa desde 2012. O rendimento médio per capita atingiu recorde, e a desigualdade social diminuiu, com os 10% mais pobres aumentando sua renda de trabalho em 10,7%, percentual 50% superior ao dos 10% mais ricos.
Outro dado relevante é que, das 1,7 milhão de vagas formais criadas em 2024, quase 99% foram ocupadas por beneficiários do Cadastro Único do Governo Federal, com 75,5% dos contratados vindos do Bolsa Família. Esse crescimento da renda e a estabilidade no emprego fizeram com que cerca de um milhão de famílias saíssem da condição de pobreza e deixassem de receber o benefício em julho de 2025.

Especialistas alertam que, apesar do país ser um dos maiores produtores mundiais de alimentos, ainda há desafios para garantir segurança alimentar para todos. A principal questão não é a falta de alimentos, mas o acesso econômico da população, especialmente diante da alta dos preços.
Além disso, o Brasil enfrenta problemas estruturais, como regiões com pouca oferta de alimentos frescos e saudáveis, conhecidas como desertos alimentares, e o impacto das mudanças climáticas, que ameaçam a produção e o abastecimento futuro.
O Brasil lidera iniciativas globais, como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, proposta durante sua presidência do G20 em 2024. O objetivo é fortalecer a cooperação internacional para erradicar a fome e a pobreza até 2030, reunindo 101 países e diversas instituições para compartilhar recursos e tecnologias.
*Com informações do gov.br