Após as recentes operações da Polícia Federal (PF) que desvendaram esquemas de corrupção na prefeitura municipal de Manaus, um advogado apresentou um pedido de impeachment contra o atual prefeito da cidade, David Almeida, do partido Avante. O advogado José Geraldo Santos Oliveira protocolou o pedido na Câmara Municipal de Manaus na última quinta-feira (10), e o documento foi encaminhado para a corregedoria da Casa.
O pedido de impeachment é baseado nas apurações e provas coletadas pela PF durante as operações Dente de Marfim e Entulho. Essas operações investigam casos de sonegação fiscal em contratos de empresas de limpeza pública em Manaus. O autor do pedido, José Geraldo Santos Oliveira, sustenta que as ações da PF fornecem fundamentos sólidos para o afastamento do prefeito David Almeida.
O advogado argumenta que a prefeitura de Manaus está planejando pagar mais de R$ 242 milhões para 12 empresas fornecerem pedra e brita, pelo valor de R$ 20,1 milhões cada uma, conforme consta no Diário Oficial da Prefeitura. Ele questiona a destinação desses materiais de construção, considerando a aparente falta de transparência em contratos milionários enquanto a população enfrenta problemas nas infraestruturas urbanas.
As operações Dente de Marfim e Entulho, conduzidas pela Polícia Federal, revelaram nomeações de cargos e trocas de favores entre empresários e a Secretaria de Limpeza Pública de Manaus. A investigação apontou trocas de favores e nomeações de parentes das empresas na secretaria, além de suspeitas de pagamento de vantagens indevidas ao gestor da pasta. Outras 34 pessoas e empresas estão envolvidas no esquema de corrupção em contratos públicos municipais.
A operação Entulho, que também faz parte das ações da PF, confirmou que as empresas alvo da ação possuem contratos vigentes com a gestão de David Almeida na Prefeitura de Manaus. Durante essa operação, cinco pessoas foram presas, incluindo empresários, procuradores e funcionários das empresas investigadas.
A investigação revelou que as empresas que prestavam serviços de limpeza pública em Manaus utilizavam notas fiscais frias emitidas por empresas de fachada para produtos que nunca foram adquiridos. A prática do crime ocorreu desde 2016 até o presente, e o contrato com a empresa envolvida ainda está vigente.
O pedido de impeachment contra o prefeito David Almeida, baseado nas operações da PF, coloca em evidência a importância das investigações na busca por transparência e integridade nas operações do governo municipal de Manaus.
O Diário da Capital entrou em contato com a Prefeitura de Manaus e até o fechamento desta matéria não conseguiu retorno.
